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Uma faixa foi colocada na porta do Supremo Tribunal Federal (STF) com a pergunta: “STF entregou Olga Benário grávida a Hitler. Vai entregar a cabeça de Lula à rede do golpe?”. A frase compara o julgamento de Lula com a extradição, em 1935, de Olga Benário, esposa de Luís Carlos Prestes.
O episódio é considerado por vários historiadores como um dos mais vergonhosos envolvendo a suprema corte brasileira. Olga, alemã de origem judaica e militante comunista, teve um Habeas Corpus negado pelo Supremo, que na época se chamava Corte Suprema dos Estados Unidos do Brasil e foi entregue grávida à Alemanha nazista de Hitler.
Conforme trechos do texto de Vadimir Aras publicado no GGN, consumada a decisão da Suprema Corte brasileira, Olga deixou o Brasil em setembro de 1936, a bordo do cargueiro La Coruña rumo a Hamburgo. Transportada como coisa. Já perdera sua condição de pessoa. Ela e seu nascituro haviam sido expulsos para a Alemanha, onde o regime de Hitler e sua Gestapo os aguardavam. Olga foi enviada para a prisão de Barnimstraße em Berlim, onde, em novembro de 1936, nasceu sua filha Anita Leocádia.
Olga seria transferida para o campo de concentração de Ravensbrück e de lá para o Centro de Eutanásia de Bernnurg, onde morreu numa câmara de gás em 23 de abril de 1942.
Anita foi resgatada na Alemanha pela avó. Saiu viva de uma prisão nazista e tornou-se historiadora e professora doutora pela UFRJ.
A história de Olga Benário Prestes foi contada no livro “Olga”, do jornalista, escritor e biógrafo Fernando Morais, lançado em 1985. O livro foi adaptado para o cinema em 2004 por Jayme Monjardim.