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O Cade vai decidir nesta quarta-feira (28) se aprova um negócio fundamental para a Petrobras: a venda da distribuidora de GLP Liquigás para o grupo Ultra.
A tendência é que a concretização da transação seja barrada.
Em agosto de 2017, por exemplo, o Departamento de Estudos Econômicos do Cade concluiu que "a operação traz gravíssimas preocupações concorrenciais, tanto para o mercado GLP a granel quanto para o de GLP envasado".
Para a área técnica do Cade "a presente operação acarreta aumento da probabilidade de exercício coordenado de poder de mercado tanto no segmento de GLP envasado (onde há diversas investigações e condenações por cartel), como também no mercado a granel".
Nos últimos dias, os lobbies de lado a lado avançaram sobre o Cade. A decisão sai no final do dia.
Investigação de cartel
As negociações entre o grupo Ultra e a Petrobras para a venda da distribuidora de gás de botijão Liquigás ampliam ainda mais a concentração no mercado do combustível, que é alvo de investigações de formação de cartel.
Caso a operação seja concluída, avaliada pelo mercado em cerca de R$ 3 bilhões, o grupo Ultra ficará com 45% do mercado brasileiro. A expectativa do mercado é que o negócio enfrente resistências nos órgãos de defesa da concorrência.
De acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), a Ultragaz lidera as vendas no país, com uma fatia de 23,7% em junho, dado mais recente disponível. A Liquigás, da Petrobras, está em segundo lugar, com 21,9% de participação.
Supergasbras e Nacional completam o grupo das grandes empresas do setor, com 20,5% e 19,3%, respectivamente. Ou seja, quatro companhias controlam 85,39% das vendas de gás liquefeito de petróleo (GLP, o nome técnico do gás vendido em botijões) no país.
Com informações da coluna de Lauro Jardim e da Folha