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Com Estadão e Brasil 247
Em depoimentos à Polícia Federal no inquérito que investiga o senador José Serra (PSDB), ex-executivos da OAS e da Andrade Gutierrez afirmaram que pagaram propinas a autoridades de São Paulo, que, segundo eles, tinham como destino final a campanha do PSDB ao governo do Estado em 2006.
Carlos Henrique Barbosa Lemos, ex-diretor da OAS, afirmou que as empreiteiras fizeram um acordo em 2006 para o repasse de R$ 30 milhões ao ex-secretário de Transportes de São Paulo Dario Rais Lopes. Segundo ele, os recursos eram referentes a obras do Rodoanel e abasteceram o caixa 2 do PSDB.
Lemos disse ainda que parte dos valores foi repassada em espécie para Mário Rodrigues Júnior, então Diretor de Engenharia da Dersa. Outra parte, segundo ele, foi "transferida na forma de doações eleitorais ao PSDB devidamente registradas na Justiça Eleitoral". Rodrigues Júnior foi citado por delatores da Odebrecht como destinatário de um repasse de R$ 1,2 milhão.
Após a eleição de Serra ao governo estadual, os contratos com as empreiteiras pelo Rodoanel foram renegociados em 2007 pelo governo, o que levou a uma redução de 5% do valor global. Os delatores das empreiteiras afirmaram que, na época, o então diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, solicitou propina de 0,75% do total recebido por cada empresa vencedora dos lotes das obras do trecho sul.
No depoimento, também foram citadas propinas relacionadas ao metrô de São Paulo, administrado pelo governo do Estado. David Barra, ex-executivo da Andrade Gutierrez, disse à Polícia Federal que a empreiteira pagou propina de R$ 3,7 milhões ao ex-conselheiro Eduardo Bittencourt para obter decisões favoráveis no âmbito da regularização de contratos das linhas 2 – Verde – e 4 – Amarela do metrô paulista.
Os depoimentos dos dois executivos confirmam informações já fornecidas em delações anteriores por delatores da Odebrecht.
Em nota, a assessoria de imprensa do senador José Serra informou que o tucano "reitera que todas as suas campanhas eleitorais foram conduzidas dentro da lei, com as finanças sob responsabilidade do partido. E sem nunca oferecer nenhuma contrapartida por doações eleitorais.”