Escrito en
POLÍTICA
el
[caption id="attachment_145563" align="alignnone" width="700"] Foto: Reprodução/YouTube[/caption]
Astrólogo por formação e filósofo, segundo ele próprio, Olavo de Carvalho, “guru” de Jair Bolsonaro, tem uma trajetória repleta de situações bizarras e de relacionamentos desajustados, até mesmo dentro de sua família. Com a vitória do militar nas eleições presidenciais, Olavo ganhou projeção, sendo responsável pela indicação de dois ministros: Ernesto Araújo, de Relações Exteriores, e Ricardo Vélez Rodriguez, da Educação.
Em entrevista a Gustavo Aranda e Vinícius Segalla para a Carta Capital, a filha mais velha de Olavo, Heloisa de Carvalho, hoje com 49 anos, conta um pouco sobre sua história e de seu relacionamento atribulado com o pai.
Fórum precisa ter um jornalista em Brasília em 2019. Será que você pode nos ajudar nisso? Clique aqui e saiba mais
Ela revela que, na década de 1980, foi impedida pelo pai de frequentar a escola. Só viria a aprender a ler na adolescência. A alfabetização ocorreu apenas em função da intervenção de uma tia, inconformada com a situação. Heloisa foi inscrita no Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), programa de combate ao analfabetismo criado pela ditadura militar. Foi alfabetizada aos 12 anos. Ela diz que os outros irmãos não passaram da quarta série.
Heloisa conta, ainda, que o pai, ferrenho defensor da fé cristã e dos valores tradicionais da família, atualmente, viveu com sua família por mais de cinco anos em uma comunidade esotérica muçulmana. Neste período, destaca a filha, Olavo de Carvalho era adepto da poligamia, mantendo até três esposas ao mesmo tempo.
Aos dez anos, Heloisa viu sua mãe tentar se suicidar, tentando cortar os pulsos em uma banheira, em consequência de depressão profunda em virtude do casamento com Olavo de Carvalho, que se relacionava com outras mulheres sem tentar esconder.
Poligamia
Heloisa de Carvalho não poupa o pai. Quando ela tinha 13 anos, diz que passou por mais uma experiência difícil em sua vida, depois de morar com a tia. Ao visitar a família viu a seguinte cena: “Chegando lá, vi que não moravam no local só o Olavo, minha mãe e meus irmãos. Na verdade, meu pai estava morando em uma casa coletiva, com mais umas 30 pessoas, em quartos com beliches e triliches”.
Segundo a filha, no local funcionava uma tariqa, um centro de estudos esotéricos sobre o islamismo. Seu pai tinha se convertido. Mas o pior estava por vir: “Ele havia aderido à poligamia, tinha três esposas, a Roxane, a Meri Harakawa e a Tereza”, relembra.
Foi neste ambiente que Heloísa passou a viver. Ela tinha 13 anos. Com o tempo, se converteu ao islamismo também, junto com os irmãos.
Depois de adulta, ela chegou a manter uma relação distante, mas cordial, até 2017, quando os dois se desentenderam devido ao lançamento de um documentário sobre a vida e a obra de Olavo de Carvalho.
Agora que você chegou ao final deste texto e viu a importância da Fórum, que tal apoiar a criação da sucursal de Brasília? Clique aqui e saiba mais