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A Reitoria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) solicitou ao Ministério Público e à Polícia Federal que abram investigação sobre ameaças sofridas por professores e alunos "devido ao seu posicionamento político-ideológico, à orientação sexual e à etnia".
Em nota divulgada nesta quarta-feira (7), a UFPE diz que as ameaças e insultos estão sendo feitos, "por meio de panfletos e via redes sociais, a professores e estudantes do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH).
Uma lista com os nomes dos professores e alunos, intitulada de “Doutrinadores e alunos que serão banidos do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) em 2019”, está circulando nas redes sociais. Nela é feita uma alusão ao presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL): "o mito vem aí".
Na carta, que causou apreensão no campus universitário, alunos e professores são chamados de “veados”, “comunistas”, “feminazis”, “invasores”, “prostitutas”, “degenerados" e “defensores de travecos”. Os professores mencionados abordam em suas aulas questões de gênero, políticas de drogas, desigualdades, violência e conflitos sociais.
Um dos primeiros citados da lista, o sociólogo José Luiz Ratton - referência no Brasil em pesquisa na área de segurança pública - é taxado como “doutrinador socialista que faz apologia ao uso de drogas”.
Em sua página no Facebook, Ratton afirma que os ataques são, fundamentalmente, ofensas às várias e desejáveis formas de afirmação da cidadania brasileira, à autonomia da universidade pública, às liberdades civis e à democracia.
"O objetivo destes grupos não democráticos é espalhar pânico e desinformação em um momento tão crítico da história do país. Não podemos cair nestas armadilhas, mas também não podemos permitir retrocessos e ameaças. Serenxs e altivxs, vamos continuar pesquisando, estudando, ensinando, aprendendo, participando, exigindo nossos direitos e vivendo nossas vidas".