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POLÍTICA
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[caption id="attachment_141925" align="alignnone" width="700"] Foto: Reprodução/Facebook Anielle Franco[/caption]
Anielle Franco, irmã de Marielle Franco, brutalmente assassinada em março, crime até agora sem solução, publicou em sua página no Facebook um desabafo, por ter sido ofendida por homens que usavam a camiseta de Jair Bolsonaro (PSL), candidato à presidência pelo PSL. Anielle, que estava com a filha de dois anos no colo quando foi vítima de gritos e xingamentos, com frequência, cobra das autoridades a resolução do crime. Veja a íntegra do texto:
Medo!!!!
Desde o dia 14 de Março eu assumi um outro lugar de fala. Lugar esse que me foi imposto. Eu preferia ela viva do que ter que passar e aturar o que tô passando. Digo isso de pessoas até fatos!
Comecei a falar pela família da vereadora morta/assassinada cruelmente, e com isso algumas pessoas passaram a me reconhecer na rua.
Uns reconhecem pra dizer apenas meus sentimentos.. outros... isso.
Hoje, com minha filha de dois anos no colo, andando na rua, próximo a um shopping, sem nenhum adesivo, nenhum broche, nenhuma camisa, nenhuma bandeira (era só eu e Mariah, ela com roupa de creche e eu com roupa de trabalho) recebi gritos na minha cara - Repito: Gritos na minha cara - e consequentemente na dela (que ficou assustada claro) Gritos de que eu era “da esquerda de merda” “Sai daí feminista” “Bolsonaro... Piranhaaa”, de homens devidamente uniformizados com a camisa do tal candidato.
Hoje eu tive medo! Medo mesmo. Não deveria, mas tive. Foi assustador. Ainda mais com minha filha no colo. Eu sozinha teria sido outra história (quem me conhece sabe)!
Bom, não estou escrevendo pra que ninguém tenha pena. Mas para que repensem a sua maneira de fazer política. Por conta de um antipetismo vcs preferem propagar o ódio e a violência?! O seu candidato, em suma, defende esse tipo de postura, e outras coisas bem piores! Pensem bem!
Por fim... Seguimos na luta! Por aqui vai ter luta sim! Hoje e sempre. Na verdade, sempre teve. Nossa luta vem de muito antes disso tudo. Essa luta não acaba dia 27. Nem hj, nem ano que vem, nem muito menos em 2020. Ela vai muito além. Ela se intensifica. Ela vira pública. Ela ganha força, apoio e forma!
É só pararem de nos matar!!!!!”