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[caption id="attachment_141340" align="alignnone" width="700"] Foto: Reprodução/Facebook Carina Vitral[/caption]
A página de Carina Vitral, candidata a deputada estadual em São Paulo pelo PCdoB, sofreu censura do Facebook, após ter publicado conteúdo sobre o #EleNão, manifestações de mulheres contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL), que ocorreram em inúmeras cidades do pais e do exterior, no último sábado (29).
No mesmo dia, o Facebook cancelou a conta de anúncios da candidatura de Carina, criada especificamente para impulsionar conteúdos durante o período de campanha, conforme previsto na legislação eleitoral. Segundo a assessoria de Carina, no gerenciador da referida conta, a informação oferecida era de que a conta de anúncios não estava mais disponível em virtude de “violações de política” e, ainda, que os anúncios que a página vinha veiculando “foram desativados”. A rede social, entretanto, não informa qual a violação, apesar das tentativas da assessoria jurídica da candidata de obter informações claras a respeito da decisão.
Nesta terça-feira (2), a campanha de Carina protocolou no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) uma “ação de obrigação de fazer”, com pedido de tutela antecipada (liminar), ao Facebook, para a retomada da conta de anúncios.
“É preocupante a coincidência de a conta de anúncio ter sido derrubada justamente no dia em que milhares de mulheres saíram às ruas em várias cidades do Brasil e do mundo para lutar contra o fascismo e por democracia, e no momento exato em que a minha campanha tentava impulsionar um vídeo no qual eu denunciava os ataques cibernéticos que, poucos dias antes, tinham derrubado a página do movimento Mulheres Unidas Contra Bolsonaro e conclamava meus seguidores a participarem dos protestos”, declara Carina.
Arbitrariedade
A presidenta da União da Juventude Socialista (UJS) entende que a decisão da rede social é “arbitrária”, significa “censura às minhas ideias” e “pode resultar em prejuízo à campanha”. “Sem a possibilidade de patrocinar determinadas postagens, boa parte do meu público ficará sem acesso às atividades da última semana da campanha, justamente os dias em que os eleitores mais recorrem a informações para definir seu voto. Eu me sinto muito prejudicada, porque isso interfere diretamente na justa concorrência entre candidatos que disputam comigo uma vaga à Assembleia Legislativa”.
Ao mesmo tempo, ela afirma que esse fato “fortalece mais a convicção de que a violência não é o caminho para superar a crise que o país enfrenta”, e que a união das mulheres demonstrada no amplo movimento suprapartidário que foi às ruas no dia 29 indica que “há outras formas de fazer política”. “É por isso que o Brasil precisa de mais mulheres na política e em todos os espaços de poder, mulheres que utilizem a firmeza das ideias, não a força da agressão, para defender suas propostas e seus pontos de vista”, completa.