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“O mundo está de olho no Brasil. É até curioso. O foco do mundo é o que está acontecendo no Brasil, não em Davos. Pois o que está em jogo não é só a democracia no nosso país, mas a democracia na América do Sul”, afirma o ex-chanceler.
Por Lucas Vasques, com entrevista de Ivan Longo
O ex-chanceler Celso Amorim esteve participando de eventos e manifestações em defesa do ex-presidente Lula, nesta segunda-feira (22), à tarde, em Porto Alegre, e falou à Fórum sobre o julgamento de quarta-feira: “Pelo Brasil, eu tenho a esperança de que prevaleça a lógica. Hoje mesmo estava lendo um artigo no jornal Valor Econômico, que ninguém pode dizer que é de esquerda, no qual ouviu quatro juristas e todos dizendo que a sentença é falha e que, portanto, abre muitas brechas, que indicariam que deveria haver uma absolvição”.
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Amorim ressaltou que esteve muito envolvido com o manifesto “Eleições sem Lula é Fraude”, que deve atingir nas próximas horas 200 mil assinaturas, segundo o ex-ministro. “Assinaram inúmeras personalidade da maior importância. Quer dizer, o mundo está de olho no Brasil. É até curioso. O foco do mundo é o que está acontecendo no Brasil, não em Davos. Pois o que está em jogo não é só a democracia no nosso país, mas a democracia na América do Sul”.
Para o ex-chanceler, não se trata de uma questão somente ligada a Lula. “É claro que pessoalmente eu gosto muito do Lula e creio que ele deverá ser o nosso presidente. Mas, é uma questão de processo legal. Você vê até pessoas que são de direita, como colunistas de alguns jornais, que estão com vergonha da Justiça brasileira agir dessa forma”.
Então, o foco principal é esse, mas depois temos de voltar a discutir os grandes temas, pois dia a dia acontecem fatos ruins, que dizem respeito à Petrobras, à Embraer, direitos trabalhistas etc. Mas, no momento, o foco é onde está sendo jogado o destino da democracia brasileira. Temos vários fatos apontando no sentido, de que a perseguição contra Lula faz parte de um esquema internacional para atingir toda a América Latina. Pois é muita coincidência o que vem acontecendo na região, com o fortalecimento da direita, aqui no Brasil, certamente com financiamento internacional. O desmonte envolve a Petrobras, energia nuclear, capacidade de investimento nas Forças Armadas, nossa política externa, a Embraer, enfim, o rompimento das bases, da capacidade de inserção autônoma do Brasil no mundo, que é muito importante não só para o Brasil, mas para a América do Sul, pois a Brasil é a âncora da região”, finalizou.
Foto: José Cruz/ABr