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Se a Prefeitura permitir que os fascistas se reúnam no mesmo dia e no mesmo local que o Comitê da Defesa da Democracia, e se houver feridos, saberemos em quem colocar a autoria pelos atos criminosos.
Por Marcos Cesar Danhoni Neves*
No dia 13 de janeiro próximo o PT criará em Maringá mais um Comitê de Defesa da Democracia. Ao marcar esta reunião, que ocorrerá no anfiteatro da Câmara Legislativa da cidade, o MBL, em oposição, demonizou o evento e buscou em seus parceiros: a ACIM (Associação Comercial e Industrial de Maringá), a Maçonaria, o Rotary, o Lions e outras entidades conservadoras, o embate defendendo o “legado” de Sergio Moro (sic), ou seja, reescrevendo o evento do PT num ato contra o juiz midiático inflado pelos meios de comunicação da mídia tradicional.
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Andando pela cidade ontem, percebi uma movimentação inusual dentro e fora do Prédio da ACIM e, em vários pontos da cidade, carros de som anunciavam o convite para que “a população” compareça para a defesa de Moro no dia 13, às 09h00, diante da Câmara Legislativa, ou seja, buscam a confusão, o embate físico, a batalha. Devem querer repetir a barbárie das jornadas de junho de 2013 e das manifestações fascistas que redundaram no golpe parlamentar-judiciário-midiático de 2016.
As entidades que promovem este ato de embate são as mesmas que, na cidade, apoiaram todas as manifestações verde-amarela-CBF. Os políticos, os mesmos também; muitos envolvidos em escândalos nebulosos, evasões fiscais e outras atividades que a Justiça ainda haverá de levantar. Um dos mais irados MBListas que conclamam para o “Auto-de-Fé” está envolvido em irregularidades que a Câmara Municipal está levantando numa Comissão Processante pedida pelo próprio partido do vereador.
Para engrossar as fileiras fascistas da cidade que já foi classificada pelo órgão igualmente fascista, “VEJA”, como a “Dallas” do hemisfério sul (believe it or not), foi convocado um Deputado Federal que ficou marcado por seu discurso 100% anticomunista (num delírio anacrônico, como se a União Soviética ainda existisse), pelo seu cargo como Secretário de Segurança do des-governo Beto Richa: Fracischini. Todos devem se lembrar dele: comandou o massacre dos professores estaduais em 29 de abril de 2015 (com mais de 500 feridos), aconselhando e pondo todos os deputados comprados ao soldo Richaniano dentro de um camburão da polícia militar. Ao recepcionar os covardes deputados da base de Richa, um professor conseguiu furar o bloqueio e foi conversar com o Deputado: este, assustado em seu ápice de atitude covarde, saiu correndo, sendo flagrado pela câmera de cinegrafistas que imortalizaram a ignomínia de sua atitude nada republicana.
Para ilustrar o chamamento ao “Auto-de-Fé”, a figura 1 mostra o “convite” de uma associação que está sendo distribuído virtualmente, e como flyers, e que lembra certos ideários de associações norte-americanas caracterizadas pela égide da intolerância de toda ordem (racial, sexual, cultural). A figura 2 mostra um “dropes” de um jornalista conhecido da região avisando que Francischini estará “comandando” o embate do próximo sábado, apostando na rivalidade gratuita, talvez lembrando a covardia do Massacre de 29 de Abril.
Figura 1. Flyer de uma associação conservadora
Figura 2. Post de jornalista
O PT ou qualquer outro partido tem liberdade de reunião. O mega-fascista Bolsonaro visitou a cidade há alguns meses e nada houve nessa ocasião! O empresariado golpista, os rentistas avalizadores do golpe, aliados ao sempre nebuloso MBL local e estadual, se reúnem para criar confusão, onde tudo pode acontecer, podendo causar situações que coloquem em risco a integridade física e moral daqueles que lutam pela Democracia e não por ações direitistas fascistizantes.
Em nome de uma suposta “defesa de Moro”, estes grupelhos liderados pelo MBL acreditam que, pela força, poderão barrar a diversidade e pluralidade de ideias. O ideário deles, reunido sob as atitudes nada Republicanas de Sergio Moro e sua força-tarefa, lembra os camisa-pretas de Benito Mussolini. Tentarão, no sábado, partir para a violência incontida, achando que sob o apagar das luzes da Justiça tudo podem. No entanto, como desconhecem a História, pensam que o fascismo durará para sempre. Esquecem da clássica foto de seu idealizador, Benito Mussolini, balançando sem vida, de cabeça para baixo, abatido pela população irada que acreditara em suas sandices e moralismos de araque.
Dia 13 de janeiro, se a Prefeitura de Maringá permitir que os fascistas se reúnam no mesmo dia e no mesmo local que o Comitê da Defesa da Democracia, e se houver feridos, saberemos em quem colocar a autoria pelos atos criminosos que eventualmente haverão de ocorrer ali; e esta autoria passa pelas Associações promotoras do embate, os políticos e todos aqueles cujas provas já estamos guardando para as devidas medidas legais.
Fascistas não passarão!!!
*Marcos Cesar Danhoni Neves é professor titular da Universidade Estadual de Maringá, Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia e autor do livro “Lições da Escuridão”, entre outras obras
Fotos: Divulgação/PT e Divulgação