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Suspeita veio do fato de que o ex-procurador era aliado de Rodrigo Janot, auxiliando no fechamento de delações premiadas importantes da Operação Lava Jato.
Da Redação*
O empresário e delator Joesley Batista afirmou, em conversa privada com amigos, que quando conheceu o ex-procurador Marcello Miller (foto) ficou na dúvida de que lado ele estava. Chegou, inclusive, a pensar que ele fosse um agente infiltrado da Procuradoria-Geral da República (PGR) para espioná-lo. A dúvida vinha do fato de que Miller tinha sido aliado bem próximo de Rodrigo Janot, auxiliando no fechamento de delações premiadas importantes da Operação Lava Jato.
Entretanto, Joesley percebeu logo que sua suspeita não tinha razão. Disse, ainda, que a decisão de fazer uma delação premiada o estava deixando paranoico. Segundo informações de seus assessores, o empresário vai afirmar, em seu depoimento à PGR, nesta sexta-feira (8), que Miller o ajudou a entender como funcionava o processo de delação premiada e que nunca recebeu pagamento por isso.
Contudo, essa versão não bate com a conversa gravada entre ele e seu subordinado e também delator, Ricardo Saud. No áudio, entregue pelo próprio empresário à PGR, ambos afirmam que Miller estaria colaborando na elaboração de alguns anexos da delação premiada e sugerem que contavam com influência do ex-procurador junto a Janot.
Joesley disse a amigos que a conversa não passa de um "papo de bêbados", contando vantagens. Por meio de uma nota, ele e Saud pediram desculpas publicamente pelo que disseram. A gravação, com mais de quatro horas, foi realizada em um bar, após encontro entre Saud e o deputado Ciro Nogueira (PP). O áudio foi inserido em um anexo sobre o deputado, mas, na versão da J&F, não foi entregue acidentalmente.
*Com informações da Folha de S.Paulo
Foto: Divulgação