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Moro esperava encontrar muito mais e quantia foi vasculhada, sem sucesso, nas quatro contas do ex-presidente. Até um carro de mais de 30 anos ficou de fora do bloqueio
Por Jornal GGN
Ao decidir bloquear as contas e bens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o juiz da Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, conseguiu congelar apenas 6% da quantia que previa para a condenação de Lula. O magistrado do Paraná também dispensou reter o carro do lider petista, por ser uma caminhonete antiga, de 1984.
No despacho que integra o processo que condenou Lula a 9 anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o juiz federal pediu o sequestro de três apartamentos de Lula em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, sendo um deles a própria residência do ex-presidente, e pediu ao Banco Central que congele um limite de até R$ 10 milhões em contas encontradas relacionadas a ele.
O pedido de Moro ocorreu no dia 14 de julho e tramitava em segredo de Justiça. Seria uma forma de reparação de danos à Petrobras, no âmbito da Operação Lava Jato. Mas ao vasculhar as quatro contas bancárias de Lula, o Banco Central conseguiu detectar pouco mais de 6% do limite imposto pelo magistrado: 606.727 reais e doze centavos.
Automóveis também somariam à quantia que Sérgio Moro calculou para "reparar" o restante que o confiscado apartamento triplex no Guarujá não pode alcançar. Entretanto, a caminhonete Ford F-1000 não entrou na lista "pela antiguidade do veículo". Datada de 1984, Moro assumiu que o automóvel não tem "valor representativo".
"Em síntese, reconhecido que contrato celebrado entre o Consórcio Conest/Rnest gerou cerca de R$ 16 milhões em vantagem indevida a agentes do Partido dos Trabalhadores (PT), deles sendo destinados especificamente cerca de R$ 2.252.472,00 ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na forma da atribuição a ele de apartamento no Guarujá, sem o pagamento do preço correspondente, e da realização de reformas no apartamento às expensas da OAS", determinou Moro.
Os cálculos seriam que o triplex não alcançaria a quantia de R$ 16 milhões, faltando R$ 13,7 milhões. Com o sequestro dos três apartamentos em São Bernardo do Campo, nem a caminhonete de mais de 30 anos poderia atingir a soma e por isso, Moro pediu que o Banco Central congelasse outros R$ 10 milhões, o que também não foi possível pela inexistência dos recursos nas contas de Lula.