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Mesmo absolvido por falta de provas por tribunal de segunda instância, ex-tesoureiro do PT permanece em prisão provisória há mais de dois anos. Seus delatores, condenados, estão em regime aberto decretado por Moro
Por Redação* Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil
Pedro Barusco, Augusto Mendonça, Eduardo Leite, Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, cujas delações foram utilizadas para condenar o ex-tesoureiro do PT João Vaccari a 15 anos de prisão, acabaram poupados pelo juiz Sérgio Moro e estão cumprindo pena em regime aberto, segundo informações publicadas no Jornal GGN. Já Vaccari, mesmo absolvido por falta de prova no tribunal de segunda instância, continua mantido preso irregularmente por conta da série de prisões preventivas decretadas pelo juiz de Curitiba.
Segundo o texto do GGN, as cinco delações levantadas pelo MPF, usadas na decisão de Moro, têm um toque do famoso e criticado "ouvi dizer". "As provas documentais que o juiz considerou suficientes para corroborar os depoimentos dos delatores não comprometiam diretamente Vaccari, mas apontaram para o enriquecimento dos ex-diretores da estatal. Só que o rastreamento do dinheiro desviado parou nas contas secretas de Duque, Barusco e Costa. A defesa chegou a apontar, nas alegações finais, que nada foi encontrado após a devassa nas finanças de Vaccari."
Mas para Moro não era necessário achar provas, alegou que o fato de o tesoureiro estar sendo denunciado não por um, mas por cinco delatores, era suficiente, alegando que os depoimentos formavam um cenário "coerente". Para Moro, o importante era que não dava para dizer que não existia valor nenhum nas delações. "O substrato probatório é suficiente para a condenação criminal, já que não é possível afirmar a inexistência de prova de corroboração das declarações dos colaboradores", escreveu em decisão que foi reformada no tribunal de segunda instância.
* Com informações de Cíntia Alves, do GGN