Segundo o executivo Sérgio Neves mesmo depois de perder a eleição para presidente da República,, em novembro de 2014, Aécio Neves recebeu, em caixa dois, como mandava a regra, R$ 500 mil, referente à última parcela de um acerto de R$ 6 milhões.
O executivo não só disse isso como revelou que o dinheiro foi levado numa mochila preta à Minasmáquinas, concessionária Mercedes-Benz localizada na saída de Belo Horizonte. E que lá encontrou com Oswaldo Borges da Costa, o Oswaldinho, que é apontado como tesoureiro informal de Aécio por todos aqueles que conhecem o esquema do presidente nacional do PSDB.
O acordo que levou Aécio a receber R$ 30 milhões da Odebrecht teria relação com interesses da empresa no setor elétrico. A revista revela que em 2007, a Odebrecht se associou a Andrade, Cemig e Furnas num consórcio para construir as usinas hidrelétricas do Rio Madeira, em Rondônia. As contrapartidas estariam confirmadas nas planilhas do Departamento de Operações Estruturadas, o setor de propina da Odebrecht e associadas ao codinome de Aécio,“Mineirinho”. As senhas para cada entrega eram nomes de leguminosas: “tomate”, “agrião” etc
Em sua delação, o executivo Henrique Valladares disse que a estratégia da Odebrecht era ganhar também o leilão de Jirau,mas o consórcio teve problemas porque a então chefe da Casa Civil, a ex-presidenta Dilma Rousseff, percebeu que havia algo errado e agiu para impedir a ação.
Quando isso aconteceu, Marcelo Odebrecht teria ido ao encontro de Aécio Neves, no Palácio das Mangabeiras, sede do governo mineiro, em busca de ajuda. E que na saída Valladares teria ouvido uma deixa de Aécio: “Henrique, o Dimas, nosso amigo comum, vai te procurar”.
Essa senha do Dlmas também foi utilizada no jantar em que o editor do site Antagonista, Diogo Mainardi, teve com Aécio Neves no restaurante Gero. E onde Valkadares também encontrou o senador tucano.
Na volta do encontro, Valladares disse ter ouvido de Marcelo Odebrecht que havia um acerto com Aécio para o pagamento de R$ 50 milhões – R$ 30 milhões dados pela Odebrecht e R$ 20 milhões pela Andrade Gutierrez. E que em troca disso o governador defenderia os interesses do consórcio na questão das hidrelétricas.