Delação da JBS
A operação é resultado da delação do dono do frigorífico JBS, Joesley Batista, que entregou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma gravação do senador Aécio Neves pedindo R$ 2 milhões. No áudio, que ainda não foi divulgado e teria aproximadamente 30 minutos, o presidente nacional do PSDB diz que precisava da quantia para pagar sua defesa na Lava Jato. Este encontro teria ocorrido em 24 de março, em um hotel em São Paulo.
Aécio diz que mataria, se necessário, seu primo
Após o acerto do pagamento, o dono da JBS perguntou quem seria o responsável por pegar as malas com os dinheiros:
— Se for você a pegar em mãos, vou eu mesmo entregar. Mas, se você mandar alguém de sua confiança, mando alguém da minha confiança — teria proposto Joesley.
Em resposta ao questionamento, Aécio indicou seu primo para receber o dinheiro e disse:
— Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do caralho.
O primo de Aécio recebeu o dinheiro do diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, que também firmou acordo de delação.
Um rastreamento feito pela PF mostra que o dinheiro foi depositado em uma empresa do senador Zezé Perrella (PSDB-MG).
Nota de Aécio Neves: Por meio de nota, Aécio Neves disse estar "absolutamente tranquilo quanto à correção de todos os seus atos e que no que se refere à relação com o senhor Joesley Batista, ela era estritamente pessoal, sem qualquer envolvimento com o setor público. O senador aguarda ter acesso ao conjunto das informações para prestar todos os esclarecimentos necessários".