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A Comissão Europeia decidiu, na manhã desta segunda-feira (20) suspender a importação de carne do Brasil de todas as empresas envolvidas na investigação. A Coreia do Sul foi o primeiro país a anunciar a suspensão temporária de produtos de frango da BRF, uma das empresas investigadas e dona das marcas Sadia e Perdigão.
Da Redação com Informações do Estadão
A Comissão Europeia decidiu, na manhã desta segunda-feira (20) suspender a importação de carne do Brasil de todas as empresas envolvidas na investigação.
"A Comissão garantirá que quaisquer dos estabelecimentos implicados na fraude sejam suspensos de exportar para a UE", disse um porta-voz da Comissão Europeia em coletiva de imprensa regular. A Comissão acrescentou que o escândalo da carne não terá qualquer impacto nas negociações em curso entre a União Europeia e o Mercosul, no qual os dois lados esperam chegar a acordos sobre livre comércio.
A Coreia do Sul foi o primeiro país a anunciar a suspensão temporária de produtos de frango da BRF, uma das empresas investigadas e dona das marcas Sadia e Perdigão.
O governo sul-coreano também anunciou que vai intensificar a fiscalização. No ano passado, mais de 80% das cerca de 107,4 mil toneladas de frango importado pela Coreia do Sul tiveram o Brasil como origem.
Principais concorrentes da carne brasileira na Europa, os irlandeses também pediram oficialmente à Comissão Europeia o "embargo imediato de toda a importação de carne do Brasil".
O assunto deverá ser levado a reuniões da Organização Mundial do Comércio (OMC) nessa semana, de acordo com reportagem do correspondente Jamil Chade. A entidade se reúne a partir de terça-feira para debater temas fitossanitários e os principais parceiros comerciais se mobilizam para levantar o assunto durante a reunião.
As suspensões da comercialização acontecem pouco depois de Michel Temer se reunir com embaixadores de países importadores e assegurar que os casos investigados são isolados e não comprometem o setor e nem o sistema de fiscalização brasileiro.
Neste domingo, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, disse que a Polícia Federal cometeu "erros técnicos" no desenrolar da operação e que algumas das práticas destacadas pela Polícia Federal são permitidas pela legislação. Em dois anos de investigação, a PF só analisou produtos de uma empresa.
A Operação Carne Fraca foi deflagrada na última sexta-feira (17). Segundo a PF, cerca de 30 empresas do setor pagavam propinas a fiscais do Ministério da Agricultura para que fossem emitidos licenças e certificados sanitários sem a devida fiscalização.