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O conjunto de medidas adotadas pelo governo golpista, com o discurso de colocar as contas em dias, nada mais é que a implementação do programa neoliberal de proteção aos bancos e às elites rentistas à custa da piora generalizada das condições de vida do povo brasileiro O que vamos assistir, daqui pra frente, é o crescimento de gerações inteiras voltando para baixo da linha da pobreza e vivendo cada vez mais sem direitos
Por Alencar Santana Braga*
O conjunto de medidas adotadas pelo governo golpista, com o discurso de colocar as contas em dias, nada mais é que a implementação do programa neoliberal de proteção aos bancos e às elites rentistas à custa da piora generalizada das condições de vida do povo brasileiro.
Nesse ambiente de austeridade e retirada maciça de direitos, a juventude de nosso país, tanto a atual como as próximas gerações, está sendo condenada de forma arbitrária e irresponsável.
A PEC dos gastos, aprovada pelo Congresso, congela por 20 anos os gastos em áreas fundamentais como saúde, educação e desenvolvimento social, atingindo justamente os mais pobres e diminuindo as chances de avanço social ou mesmo de garantias básicas, como alimentação adequada e acesso aos sistemas de ensino e assistência médica.
O que vamos assistir, daqui pra frente, é o crescimento de gerações inteiras voltando para baixo da linha da pobreza e vivendo cada vez mais sem direitos.
No caso da educação, os efeitos já são vistos com a redução de recursos do FIES, cortes nas universidade federais, paralisação dos programas de expansão e descentralização do ensino superior e até mesmo nas políticas de alfabetização.
Ainda, a reforma do ensino médio feita por Temer e sua turma retira disciplinas importantes do currículo básico, grande parte delas formadoras de consciência cidadã e contestadora, tirando dos estudantes do ensino público a possibilidade de aprender questões importantes para sua formação e também os deixando em desvantagem nas provas de ingresso nas universidades em relação aos alunos da rede particular, onde o currículo não sofrerá alterações significativas.
Ao mesmo tempo que retira direitos, os golpistas retiram as chances de renda dos jovens.
A crise econômica atinge a todos, mas especialmente atinge a juventude. Enquanto o desemprego da população se aproxima dos alarmantes 14%, a taxa entre as pessoas com menos de 24 anos passa dos 24%. Ou seja, um em cada quatro jovens brasileiros não consegue emprego.
Ao invés de apresentar uma solução, o governo vai além com seu programa de maldades e tenta aprovar a desastrosa reforma da previdência, representando o fim da aposentadoria da juventude pobre e periférica brasileira: para conseguir se aposentar, segundo as regras pretendidas pelos golpistas, seria preciso trabalhar dos 18 aos 65 anos de forma ininterrupta, sem nem um dia de desemprego! E mesmo assim, a aposentadoria seria com apenas 80% da média salarial de toda uma vida de trabalho dura.
Talvez, para um jovem da classe média alta isso pode ser até possível, mas para o filho do pobre e do trabalhador não.
Isso tudo é inadmissível.
Nesse modelo neoliberal defendido com unhas e dentes pelos idealizadores do golpe, os milionários, os rentistas e os investidores estrangeiros, bem como os bancos, ficam isentos, enquanto as camadas populares são as primeiras a pagar o preço da crise e do desemprego, e a ficar sem direitos previdenciários no futuro.
Precisamos lutar contra o retrocesso e contra as medidas deste governo. Caso contrário, vamos condenar a juventude brasileira de forma irreversível.
*Alencar Santana Braga é Deputado Estadual (PT-SP)
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Foto: CTB