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Aparecem enrolados nos depoimentos os nomes dos maiores caciques do partido: José Serra, Geraldo Alckmin e Alberto Goldman em São Paulo; Beto Richa, no Paraná; Aécio Neves em Minas Gerais e Tasso Jeraissati no Ceará
Por Julinho Bittencourt
Em acordo de leniência, a Camargo Corrêa confessou a prática de cartel em obras de metrô de sete estados e do Distrito Federal nos últimos vinte anos. Dos sete, quatro eram governados por tucanos. Entre 1998 e 2014 aparecem enrolados nos depoimentos os nomes dos maiores caciques do partido: José Serra, Geraldo Alckmin e Alberto Goldman em São Paulo; Beto Richa, no Paraná; Aécio Neves em Minas Gerais e Tasso Jeraissati no Ceará.
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A investigação já está em andamento no Cade, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Os investigados vão ter que apresentar defesa e podem ser chamados a prestar depoimento e entregar outras provas, como perícias e documentos.
A Camargo Corrêa contou no acordo que fez com o Cade que tentou manipular 21 licitações de obras públicas entre 1998 e 2014.
O documento do Cade não traz os nomes dos políticos, mas sim o ano em que as empresas montaram o cartel. Não é atribuição do conselho investigar agentes públicos. No entanto, pelas datas em que ocorreram, fica fácil a identificação de cada um deles. Mais fácil ainda é perceber que o caso não vai ficar apenas por conta do Cade.
O Painel, da Folha, informa nesta quarta-feira (20) que integrantes do PT não vão deixar barato e vão levar adiante o caso, revelado por acordos de leniência firmados com o Cade. A sigla já pediu audiência com o procurador-geral de Justiça de SP, Gianpaolo Smanio, chefe do MP e cobrará investigação sobre os tucanos. Em outra frente, deputados estaduais petistas vão pedir a abertura de uma CPI.
A despeito disso, a notícia caiu como uma bomba entre os tucanos. Atônitos, cogitam até na ressureição da candidatura de João Doria à presidência, para substituir Geraldo Alckmin, atingido em cheio nas denúncias.
Não é a primeira vez que o nome de Alckmin aparece às voltas com as obras do Metrô. Em outubro de 2016, o governador também foi citado na delação da Odebrecht, confirmando que ele é o "Santo" das planilhas da construtora.
Ao governador teriam sido pagos R$ 500 mil em duas parcelas, a pedido de um diretor de contrato da Odebrecht que era responsável pelas obras na Linha 4 do Metrô, de acordo com planilha obtida pela Polícia Federal na 35ª fase da Operação Lava Jato.
Como desdobramento desta delação, em novembro deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) recebeu um pedido da Procuradoria Geral da República para investigar o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). O caso corre em segredo de justiça.
Foto: Montagem de Bruno Santana sobre imagens de Fotos Públicas e Agência Brasil