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Em coluna histórica, Jânio de Freitas aponta, entre outras coisas, para a contradição entre um país que se empolga com a luta contra a corrupção e tolera a “Presidência da República ocupada e usada por um político acusado de corrupção, formação de quadrilha, obstrução de justiça, e salvo de processos mediante a corrupção de deputados com cargos e verbas do Orçamento”
Da Redação*
A coluna deste domingo (10), do jornalista Jânio de Freitas, entrou para os trend topics do Twitter logo cedo. Nela, de maneira direta e em tom de desabafo, o jornalista faz um breve resumo da nossa atual situação política através de comparações históricas.
Para ele, o Brasil “é um país sem estratégia, sem ideia do que é e conviria vir a ser no mundo. Na grande tecitura internacional, não vive do que faça para uma inserção desejada, mas do que cada dia lhe traz”.
Logo mais adiante, feito um rio que se alarga ao longo de seu curso, o texto do jornalista aponta o dedo nas nossas múltiplas feridas: “País de latifundiários e fazendeiros, suas políticas agropecuaristas são mera distribuição discricionária de dinheiro e privilégios, de uso à vontade. E nem isso, para uma ciência coordenada com objetivos nacionais e contingências externas”.
A perplexidade do jornalista segue em um raciocínio direto e aponta, desta vez, para a ironia que há nas profundas contradições atuais: “É difícil pensar um país assim. É difícil pensar mesmo o Brasil atual, o país de hoje. Já a partir do mais grotesco e rudimentar na situação imediata: como explicar, por exemplo, o convívio familiar entre a empolgação generalizada com os êxitos contra a corrupção e, de outra parte, a tolerância indiferente com a Presidência da República ocupada e usada por um político acusado de corrupção, formação de quadrilha, obstrução de justiça, e salvo de processos mediante a corrupção de deputados com cargos e verbas do Orçamento?”.
Ainda sobre a presidência, Jânio de Freitas prossegue sem perdoar nada e nem ninguém: “Presidência povoada por notórios como Moreira Franco, marginais como Geddel Vieira Lima, acusados como Eliseu Padilha, e deputados, senadores e ministros com lastros semelhantes na polícia e na Justiça? É difícil pensar um país assim, capaz de contradição tão corrosiva”, fulmina.
Ao final, conclui resoluto: “É difícil desenvolver a compreensão desse Brasil, tão inculto, tão controvertido, tão amalucado. Esse Brasil exultante com as ações contra a corrupção e indiferente à ocupação de sua Presidência por uma declarada quadrilha de corruptos. O Brasil é você. O Brasil somos nós”.
*Leia a coluna completa de Jânio de Freitas aqui
Foto: Divulgação