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O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação pretende denunciar Rimoli. Para a coordenadora do FNDC, as postagens de Rimoli “são graves porque racismo, no Brasil, é crime, e se tornam mais graves ainda por incompatíveis com a função de um gestor de comunicação pública”
Da Redação*
O presidente da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), Laerte Rimoli, pediu desculpas à atriz Tais Araújo e sua família por, de acordo com ele, “ter compartilhado um post inadequado em minha timeline”.
Rimoli compartilhou memes em sua conta no Facebook ironizando fala da atriz durante palestra gravada no TEDxSãoPaulo, em 12 de agosto e divulgada no último sábado (18), que “no Brasil, a cor do meu filho é o que faz com que as pessoas mudem de calçada, segurem suas bolsas e blindem os seus carros”.
As desculpas, no entanto, chegaram tarde demais diante da grande repercussão nas redes que as postagens tiveram.
O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) pretende denunciar Rimoli. Para a jornalista Renata Mielli, coordenadora do FNDC, as postagens de Rimoli são graves porque racismo, no Brasil, é crime. "E se tornam mais graves ainda por incompatíveis com a função de um gestor de comunicação pública, que deveria zelar pelo fim de todas as formas de discriminação, pelo respeito à diversidade e aos direitos humanos", observa.
Segundo a coordenadora do fórum, o fato de Larte Rimoli dedicar parte de seu horário de expediente a tripudiar sobre assunto de extrema gravidade explica, em parte, o processo de desmonte da EBC e do desprezo do governo pela comunicação pública. "Racismo já é crime. Agora, praticado por um gestor de uma empresa pública de comunicação é totalmente absurdo. Nos causa profunda indignação. Vamos fazer o que estiver ao nosso alcance para denunciar e exigir que as medidas cabíveis sejam adotadas", diz Renata.
A ação de Rimoli, que também é jornalista, ocorre dias depois de o apresentador da Rede Globo William Waack ter sido afastado pela emissora após a divulgação de vídeo em que é flagrado dando declarações racistas.
A coordenadora do FNDC diz que, se o Estado de direito estivesse em vigor no Brasil, Rimoli deveria já ter sido afastado das suas funções. "Como ele é um preposto de um governo golpista, que é conivente com práticas discriminatórias e racistas, não sei se sofrerá algum tipo de sanção."
*Com informações da Rede Brasil Atual