Escrito en
POLÍTICA
el
O ministro afirmou que já apresentou a Temer proposta de MP para rever a classificação indicativa de apresentações culturais e uma Instrução Normativa que vedará a destinação de recursos da Lei Rouanet em projetos que façam apologia a crimes ou atividades criminosas. Veja vídeo
Da Redação
O inexpressivo ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, após receber parlamentares de três frentes religiosas na Câmara – a Evangélica, Católica Apostólica Romana e em Defesa da Família, sucumbiu ao corro das cajazeiras sobre a performance La Bête.
A propalada realização é aquela realizada no último dia 26 no Museu de Arte Moderna, em São Paulo, onde o bailarino e coreógrafo Wagner Schwartz ficou nu e enlouqueceu membros do MBL, evangélicos, Bolsonaro e seguidores.
Na avaliação do ministro, o episódio representa um “claro descumprimento” ao Estatuto da Criança e Adolescente (ECA). Sá Leitão afirmou que não deixaria seus filhos – de 8 e 12 anos – assistirem à exposição.
De acordo com o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RS), o ministro afirmou que já apresentou ao presidente Michel Temer uma proposta de medida provisória para rever a classificação indicativa de apresentações culturais e que será editada uma Instrução Normativa em até três semanas que vedará a destinação de recursos da Lei Rouanet em projetos que façam apologia a crimes ou atividades criminosas. “Nós preferimos acreditar que ele vai fazer essas ações”, disse o parlamentar.
Juntas, as bancadas que visitaram o ministro representam 297 deputados. Os congressistas reuniram-se com o ministro nesta quarta-feira (4) e, durante mais de uma hora, reivindicaram um posicionamento do ministério e demonstraram indignação com a exposição do MAM e também com a mostra Queermuseu, em Porto Alegre.
Em documento entregue a Sá Leitão, o grupo afirma que as exposições trazem apologia “à pedofilia e zoofilia, referências racistas, vilipêndio à fé e ao sentimento religioso”.
Questionado se a exposição sobre diversidade Queermuseu seria um crime, o ministro evitou se posicionar, dizendo apenas que cabe “uma discussão e um debate”, ressaltando que essa é sua visão pessoal, e não institucional. Já sobre a obra no MAM, ele adotou outra postura: “O caso de São Paulo, sim. Na minha visão, aquele episódio apresenta ali um claro descumprimento do que determina o Estatuto da Criança e do Adolescente”.
Antes, o ministro havia sido perguntado se tinha filhos e se os deixaria assistir à performance La Bête. “Não, de jeito nenhum. Por isso que eu defendo a classificação indicativa”, disse.
*Com informações da Veja
Foto: Reprodução