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Cientes de que não têm os votos necessários para derrotar o peemedebista, a oposição pretende adiar a votação, convencendo deputados a não registrar presença nesta quarta. O quórum para iniciar a votação é de 342 deputados.
Da Redação*
A Câmara dos Deputados tem na pauta a votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), para esta quarta-feira (25), a partir da 9 horas. Opinião unânime nos bastidores é que não deve haver surpresas. O resultado favorável ao peemedebista já era dado como certo tanto pela base governista quanto pela oposição. Até a véspera, o principal assunto na Câmara dos Deputados já era “o dia seguinte”.
A questão central para os parlamentares é qual será o tamanho da vitória, visto como determinante para medir a força do governo nos próximos meses. Um placar inferior ao da primeira denúncia - 263 a 227 -, pode forçar a adoção de um “parlamentarismo informal”, com protagonismo do Congresso.
A avaliação é que, enfraquecido, Temer terá que se submeter previamente as principais pautas do governo aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que atuariam mais como espécie de CEOs (executivos) de uma empresa. A ele, caberia o papel de “presidente do conselho”.
“Eu acho que o Congresso tem um papel fundamental nessa agenda e espero que a partir da próxima semana a gente possa ter um pilar de agendas que representem o anseio da sociedade”, defendeu Rodrigo Maia, em entrevista coletiva, na tarde desta terça-feira (24). “O sistema presidencialista concentra muito poder no presidente. É claro que o presidente do país de forma nenhuma perderá o seu poder, após a denúncia se a decisão do plenário for rejeitar o encaminhamento da denúncia. E o presidente da Câmara e os deputados vão continuar com o mesmo espaço, com o mesmo poder, e ter um protagonismo junto com o Senado Federal de votar matérias relevantes para o Brasil”, acrescentou.
Uma vitória mais robusta, por outro lado, possibilitaria ao governo encampar propostas como alguns itens da polêmica Reforma da Previdência ou da tributária. Para isso, o importante seria garantir pelo menos, o mesmo número da primeira denúncia, que superou a maioria absoluta da Câmara (257).
Para dar prosseguimento à denúncia, a oposição precisa de pelo menos 342 votos. A base A base trabalha com a estimativa de que a denúncia será rejeitada por 260 a 270 deputados.
Cientes de que não têm os votos necessários para derrotar Temer, a oposição pretende adiar a votação, convencendo deputados a não registrar presença nesta quarta. O quórum para iniciar a votação é de 342 deputados. O objetivo é ganhar tempo para fazer o presidente "sangrar".
“Vamos dialogar com cada deputado, cada parlamentar, mostrando que esse é o melhor caminho, ficar em casa, não dar presença, para que o governo mostre a sua cara. A cada dia que passa nós temos ampliado nossas forças aqui”, afirma o líder da minoria, José Guimarães (PT-CE).
*Com informações do UOL
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil