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Fotógrafo da Revista Veja conseguiu fotografar a tela do celular do fiel escudeiro do senador mineiro durante a sessão que o reconduziu ao cargo.
Da Redação
Que Aécio Neves (PSDB-MG) conseguiu voltar ao posto de senador todos já sabem desde a última terça-feira (17), quando 44 parlamentares votaram a favor da vergonhosa recondução. Desta forma, o neto de Tancredo reassumiu o mandato e foi liberado a sair à noite.
No dia da votação, o senador tucano permaneceu recolhido em sua mansão no Lago Sul, porém não estava isolado do mundo. Usando o WhatApp, ele indicou a linha de discurso que um de seus afilhados políticos deveria seguir na tribuna, antes de a Casa decidir seu destino.
É o que revela uma sequência de imagens exclusivas, captadas pelo fotógrafo da Revista Veja, Cristiano Mariz. As imagens são da tela do senador mineiro, Antonio Anastasia (PSDB), e flagram o momento em que ele e Aécio “trocavam um zap” minutos antes da votação.
Aécio se demonstra ansioso enquanto orienta seu fiel escudeiro. “Quem vai falar?”, questiona o presidente afastado do PSDB. “Sei que Telmário e eu. Mais dois”, responde Anastasia. Em seguida, faz questão de deixar evidente no discurso dos aliados o “direito” de poder se defender como senador das acusações apresentadas pela Procuradoria-Geral da República.
“Importante vc repetir aquele discurso. Por favor. Direito de Defesa”, escreve Aécio ao aliado. Companheiro aplicado, Anastasia responde com um breve “Ok” e relata a Aécio como será a votação: “O Tasso [Jereissati] vai falar. O Telmário também. São só cinco fé (provável erro de digitação) cada lado”. Aécio passa outra orientação: “Faz uma defesa mesmo que rápida da minha trajetória. Se puder Rs”, diz.
Durante a sessão, Antonio Anastasia seguiu o plano à risca e atacou a decisão do Supremo lembrando o “direito de defesa”: “No caso concreto do senador Aécio Neves, nós estamos diante de um processo em que já há denúncia aceita e em que a defesa está completa, no âmbito do processo? Em que todo o processo penal está já concluído, em andamento, e já com a defesa formalizada? Ainda não. Nós estamos ainda numa fase inaugural, preambular, inicial do processo. Por isso mesmo, as medidas cautelares que foram colocadas por alguns ministros do Supremo, a meu juízo, não têm cabimento neste momento”, discursou, lembrando a “garantia do direito de defesa é sagrada no regime democrático de direito”.
Como um bom fiel escudeiro, Anastasia encerrou seu pronunciamento fazendo, conforme o pedido de Aécio, “uma defesa mesmo que rápida da minha trajetória”: “Também não posso deixar de acrescer a minha qualidade de testemunha, senhor presidente, do grande desempenho administrativo que teve o governador, à época, Aécio Neves à frente do governo e, de fato, o reconhecimento que os mineiros lhe deram, tanto que o trouxeram, com votação muito expressiva, ao Senado da República”.
*com informações da Revista Veja
Fotos: Igo Estrela/ PSDB e Cristiano Mariz/VEJA/Divulgação