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Governo Temer, como não poderia deixar de ser, recebeu com alívio a informação de que o sigilo dos depoimentos não será levantado neste momento. Delações envolvem toda a cúpula do governo, inclusive o presidente.
Da Redação com Informações da Folha
Governo Temer, como não poderia deixar de ser, recebeu com alívio a informação de que o sigilo dos depoimentos não será levantado neste momento.
O Palácio do Planalto preferia que a homologação das delações da Odebrecht ficasse a cargo do novo relator da Lava Jato, mas mesmo assim recebeu de bom grado a informação sobre o sigilo.
Na avaliação de assessores presidenciais, a decisão da presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cármen Lúcia, não foi a desejada, mas se mostrou equilibrada e não criou espetáculo com o gesto.
A equipe presidencial receia que quando o conteúdo das delações se tornar público, haverá turbulências políticas. As revelações da empreiteira baiana envolvem praticamente todos os partidos políticos e citam vários integrantes do primeiro escalão do governo do peemedebista.
Com a não divulgação das delações, o trâmite natural indica que o sigilo só caia a partir de pedido da Procuradoria-Geral da República, ao analisar cada caso e decidir o que fazer com eles. Quando isto acontecer, a orientação do governo é não tomar decisões precipitadas e não afastar nenhum ministro apenas por ser citado por algum delator da Odebrecht.
A avaliação é que, caso demitisse todos os citados, o presidente Temer acabaria perdendo praticamente toda cúpula do governo e geraria uma grande instabilidade na base aliada no Congresso.
De acordo com um auxiliar presidencial, as demissões estariam reservadas apenas para aliados contra quem se apresentem "provas firmes" de envolvimento em pagamento e recebimento de propina por parte da construtora baiana.