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Fundada pelo prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), a empresa Lide sempre foi conhecida por pedir doações no meio empresarial para organizar palestras com políticos e, agora, está passando o chapéu para solicitar recursos que vão bancar uma palestra do próprio Doria. A captação de dinheiro privado por parte do Lide para financiar sua palestra se enquadra em um caso de conflito de interesses.
Da Redação com Informações da Folha
Fundada pelo prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), a empresa Lide sempre foi conhecida por pedir doações no meio empresarial para organizar palestras com políticos e, agora, está passando o chapéu para solicitar recursos que vão bancar uma palestra do próprio Doria. Em um e-mail enviado a empresários na semana passada, o Lide pede dinheiro para financiar o "almoço-debate" com líderes empresariais no dia 6 de março, no hotel Grand Hyatt, na capital paulista, com apresentação do prefeito recém-empossado. O tema da palestra será: "O impacto de uma gestão eficiente na cidade de São Paulo". Conforme o e-mail, os presidentes das empresas que pagarem uma cota de "copatrocínio" de R$ 50 mil terão o direito de se sentar à mesa principal com Doria. Para especialistas, apesar de o prefeito ter se afastado das empresas, a captação de dinheiro privado por parte do Lide para financiar sua palestra ainda se enquadra em um caso de conflito de interesses.
"As companhias parceiras também poderão exibir seus logotipos em banners no palco do evento, além de outras aparições das marcas.
O Lide não informa quantas são as cotas de patrocínio destinadas ao almoço com Doria. Ele nega que haja conflito de interesse sob o argumento de que o prefeito já não tem mais ações da empresa.
Questionada pela Folha, a assessoria de imprensa da Prefeitura de São Paulo afirma que não há nenhuma restrição para que o tucano faça palestras em evento promovido por empresas ou entidades.
Para evitar acusações de conflito de interesse, Doria começou a tomar algumas medidas desde 2015, antes de se tornar candidato.
O empresário, que costumava ser mestre de cerimônia dos almoços, cedeu espaço para que outro fundador, o ex-ministro Luiz Fernando Furlan, fortalecesse seu papel à frente da instituição. Durante a campanha, anunciou que passaria o comando acionário das empresas do Grupo Doria a seus filhos."