Cunha pede 20% por livro vendido e adiantamento de R$1 milhão para dizer que impeachment foi golpe

Em livro, Cunha promete explicar porque impeachment foi golpe parlamentar, mas pede valores muito além do mercado editorial brasileiro e tem manuscrito recusado por editoras.

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Em livro, Cunha promete explicar porque impeachment foi golpe parlamentar, mas pede valores muito além do mercado editorial brasileiro e tem manuscrito recusado por editoras Por redação O ex-deputado e ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), está escrevendo um livro. Ressentido pelo abandono do partido do presidente que ajudou a empossar e seus companheiros do bloco parlamentar conhecido como "Centrão", Cunha afirma que o seu livro, que pretende lançar em dezembro, explicará porque o impeachment foi golpe parlamentar, mas explica que não irá reforçar o sentido de golpe dado pelos defensores da presidenta eleita Dilma Rousseff. Chama a atenção, entretanto, o quanto Cunha tem proposto para as editoras. O ex-parlamentar, que teve seus direitos políticos cassados, pede adiantamento de R$ 1 milhão de reais e 20% do valor de cada livro vendido. Para entendermos o quão distante esses valores estão da realidade editorial brasileira, nem mesmo J.K. Rowling, uma das mulheres mais ricas do mundo, autora da saga Harry Potter, recebeu essa porcentagem por livro vendido. Algumas editoras recusaram o “manuscrito” de 4 páginas apresentado pelo ex-deputado. Cunha pretende lançar dois volumes, sendo o primeiro sobre os bastidores do impeachment, atingindo diretamente o presidente empossado Michel Temer, e o segundo, “Delação não premiada”, deve abordar bastidores do Congresso Nacional e apresentar casos desconhecidos do público. Editores estão receosos com as promessas do ex-presidente da Câmara devido ao pouquíssimo material entregue e aos altos valores demandados por ele para a realização do livro. Além disso, o medo de uma eventual delação premiada de Cunha para o Ministério Público Federal, e portanto, inviabilização da publicação de fatos inéditos, também preocupa os representantes de editoras no Brasil. Ainda estão em negociação as editoras Planeta, Geração e Matrix. Foto: Paulo Negreiros - Pozzebom Press