Escrito en
POLÍTICA
el
Lobista da máfia da merenda em São Paulo tem delação interrompida após citar o nome de Fernando Capez (PSDB). Episódio da vida real se assemelha à peça humorística retratada recentemente pelo grupo Porta dos Fundos
Por Pragmatismo Político
A Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo decidiu não pedir prorrogação da prisão temporária do lobista Marcel Julio. Filho do ex-deputado Leonel Julio, que presidiu a Assembleia Legislativa de São Paulo e foi cassado em 1976, Marcel Julio teve a prisão decretada em janeiro na Operação Alba Branca por envolvimento com a organização que fraudava licitações em pelo menos 22 prefeituras e mirava em contratos da secretaria da Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB).
Na quinta-feira, 31, Marcel Julio entregou-se à Polícia Civil de Bebedouro onde funcionava a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), base da organização. Para se livrar da prisão, ele fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral de Justiça. Ele depôs na sexta à noite e no sábado.
Numa conversa inicial, antes de selar as bases da colaboração, em reunião preliminar com procuradores do Ministério Público de São Paulo, Marcel apontou para o deputado Fernando Capez (PSDB), também para um assessor e um ex-assessor do tucano e detalhou um contrato da Secretaria da Educação do governo Alckmin em que teria ocorrido pagamento de propina. O lobista citou o valor de R$ 490 mil que teria sido repartido com aliados de Capez – Merival dos Santos e Jeter Rodrigues.
Na sexta feira, 1, Marcel fez um primeiro depoimento de quase quatro horas na polícia de Bebedouro. O relato do lobista foi interrompido quando ele começou a citar nomes de políticos com foro privilegiado – caso de Fernando Capez (PSDB). Curiosamente, nesta semana, o humorístico Porta dos Fundos apresentou um vídeo que critica a seletividade nas delações premiadas. Na peça, apenas figuras de um determinado partido interessam à investigação, enquanto outras são desprezadas.