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Depois da confusão que foi o primeiro turno das prévias do PSDB para decidir o candidato a prefeito em São Paulo, caciques do partido trocam acusações e se justificam. De um lado, Andrea Matarazzo diz que o preocupa que Geraldo Alckmin "ache normal a compra de votos"; do outro, o governador afirma que legenda está acostumada a "decidir candidato em mesa de restaurante, com vinho importado"
Por Redação
Como se não bastassem as cenas vexatórias de confrontos, agressões e confusão - fora os relatos de compra de votos e abuso de poder - no primeiro turno das prévias do PSDB que vão decidir o candidato a prefeito de São Paulo, as declarações e trocas de acusações de caciques do partido após a votação contribuem para que a disputa seja ainda mais marcada por polêmicas.
Apoiador do empresário João Doria, que teve a vitória parcial na legenda com 43,13% dos votos, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, justificou a confusão toda na primeira votação com o argumento de que o PSDB não estaria acostumada com a "disputa democrática", em uma frase, no mínimo, sugestiva.
"O problema é que ainda não estamos acostumados com essa disputa democrática. Estamos acostumados a 'partido-cartório', de livro de ata, que decide o candidato em mesa de restaurante, com vinho importado", criticou o tucano, que ainda disse que são "ridículas" as tentativas do principal adversário de Dória, o vereador Andrea Matarazzo, de impugnar a candidatura do empresário sob a alegação de abuso de poder e compra de votos.
Matarazzo, por sua vez, contra-atacou. Em entrevista à Folha de S. Paulo publicada nesta segunda-feira (1), o ex-ministro-chefe da secretaria de Comunicação no governo FHC disse estar "preocupado" com o posicionamento de Alckmin.
"Fiquei preocupado com a declaração do governador. Se ele acha que é normal compra de voto, é mais preocupante ainda", disse.
Uma representação interna pede a impugnação da candidatura de João Doria e, até agora, o segundo turno das prévias tucanas em São Paulo continua sendo um mistério.