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Reportagem de jornal local revela suposto sistema "praticamente institucionalizado" no qual apoiadores do governo de Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) estariam recebendo um valor mensal das secretarias municipais de acordo com o "padrinho" e a "capacidade de liderança”
Por Redação*
Uma matéria do jornal Diário do Litoral divulgada nesta quinta-feira (4) revela um suposto esquema de benefícios pagos à apoiadores da prefeitura de Santos (SP) que ficou conhecido como "chequinho". De acordo com o jornal, já há anos que dezenas de pessoas - entre comerciantes, líderes de bairro, assessores de vereadores e outras figuras com influência política - recebem, mensalmente, quantias que variam de mil a 2 mil reais que seriam pagas pela maioria das secretarias municipais. Entre os beneficiários estariam, segundo a reportagem, até mesmo dirigentes do Santos Futebol Clube, além de apoiadores do governo de Paulo Alexandre Barbosa.
O esquema funcionaria como uma espécie de "moeda de troca política", com pessoas trabalhando de forma irregular para a prefeitura. Segundo as denúncias, o "colaborador" tinha que apresentar na prefeitura o RG, o CPF e seus dados bancários para que, mensalmente, fosse feito um depósito como se fosse o próprio titular da conta que o fizesse.
“O depósito é feito de forma como se eu mesma efetuasse. Há um cabide de emprego muito grande e isso ocorre em todas as secretarias. Tem pessoas que trabalham em dois lugares distintos – em um como comissionado e no outro como ‘chequinho’. O valor depende do ‘padrinho’ e da capacidade de liderança”, revelou ao jornal Diário do Litoral, em condição de anonimato, uma suposta beneficiária. Ela afirmou ainda que teria sido ameaçada de perder o dinheiro por se recusar a se filiar a um partido político que seria estratégico para a sustentação política do governo de Barbosa.
Até mesmo um vereador do mesmo partido do prefeito, José Lascane (PSDB), já citou o esquema em uma sessão na Câmara dos Vereadores. “É muito difícil ser base do governo porque tem suas benesses. Repito e registro: eu não tenho nenhum, absolutamente ninguém, contratado por qualquer tipo de lei 650, ‘chequinho’ ou o que for”, disse em uma discussão com outro parlamentar.
Em nota, a prefeitura de Santos negou as acusações e afirmou que o pagamento a todos os profissionais autônomos são feitos de acordo com a lei.
Foto: Reprodução/Youtube