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Senador aponta que foi em um dia 13 de dezembro, há 48 anos, “também com o apoio irrestrito e entusiasmado do empresariado e da mídia, que se editou o AI-5”. Para ele, assim como aquela medida, “a PEC 241/55 também representa um projeto de poder e traz em seu coração, igualmente, truculência, ferocidade, impiedade e ódio de classe”
Da Redação
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) fez declarações fortes sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/2016, que congela os gastos públicos por 20 anos. Em discurso no Senado, ele criticou a proposta do governo Temer que, ainda por cima, deve ser votada, em segundo turno, no dia 13 de novembro.
“Esta data cai à fiveleta, como diriam os portugueses. Não sei se foi escolhida ao acaso ou sugerida gaiatamente por algum bem-humorado líder oposicionista. Afinal, foi em um dia 13 de dezembro, há 48 anos, também com o apoio irrestrito e entusiasmado do empresariado e da mídia, que se editou o Ato Institucional N° 5, a mais radical e destrutiva das intervenções do governo militar na vida brasileira”, afirmou.
Em seguida, o senador, que votou contra seu partido no impeachment de Dilma Rousseff, fez duras críticas à PEC 55, comparando com o AI-5: “Assim como o AI-5 há quase cinco décadas, a PEC 241/55 também representa um projeto de poder e traz em seu coração, igualmente, truculência, ferocidade, impiedade e ódio de classe. E manda às favas qualquer escrúpulo na rendição ao mercado e à globalização”.
Para o senador, a PEC é um projeto de poder, que tem como prioridade os interesses do mercado, ao reordenar os gastos públicos.“Um projeto de poder neoliberal, ultraconservador, excludente que, externamente, amarra o Brasil à globalização neocolonial e que, internamente, dobra-se aos rentistas, às elites agroexportadoras e ao que há de mais atrasado, inculto, provincial e reacionário em nossa sociedade. A PEC 241/55 é a revogação da Constituição de 1988 e, como o tal, é mais um golpe, pois revoga a Carta Magna sem que para isso se convoque uma Constituinte. Por emenda constitucional, impõe um projeto de poder que é a antítese do espírito da Constituição de 88”, concluiu.
A PEC 55 deve ser votada em primeira votação, no Senado, no dia 29 de novembro. Os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Gleisi Hoffmann (PT-RN) e Fátima Bezerra (PT-RN) também vêm se pronunciando contra a sua aprovação. O principal argumento é que atingirá justamente a parcela mais pobre da sociedade.
(Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
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