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Na última semana, partido deixou oficialmente a base do governo. Ainda assim, seu líder na Câmara, André Figueiredo (CE), afirma que o PDT não apoiará um eventual processo de impeachment contra Dilma Rousseff: "Achamos que é um golpe branco, somos totalmente contrários. O trabalhismo já foi vítima de movimentos semelhantes"
Por Redação
Na última semana, PTB e PDT abandonaram oficialmente a base de apoio do governo. O caso mais emblemático é o da segunda legenda, que Dilma Rousseff ajudou a fundar e a qual foi filiada por duas décadas antes de migrar para o PT, em 2000. Apesar de formalmente não votar mais junto ao Palácio do Planalto, o partido, na figura de André Figueiredo (CE), seu líder na Câmara, declara-se contra o impeachment. "Achamos que é um golpe branco, somos totalmente contrários", afirmou o deputado em entrevista à BBC Brasil.
Segundo Figueiredo, a decisão do PDT não pode ser encarada como um ato de "abandono" à presidenta. "Não estamos abandonando a Dilma, de forma alguma. Estamos migrando, dentro do Parlamento, para uma posição de independência, que pode inclusive ser mais benéfica. Às vezes uma base subserviente nem sempre é interessante para que o governo, digamos assim, aprume o seu rumo. Estivemos com a presidente no jantar da última segunda [dia 3]. Ela estava extremamente serena e confiante de que vai superar essa crise", relatou.
O parlamentar explica que sua sigla deixou a base por insatisfações com o ajuste fiscal levado a cabo pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e pela postura de líderes do governo, que a teriam acusado diversas vezes de "infidelidade". "Saímos da base por estarmos constantemente sendo desrespeitados. Mas não significa que estamos indo para a oposição. Não fazemos parte, principalmente, de setores da oposição que consideramos golpistas, que querem realmente desestabilizar o governo", ponderou.
Figueiredo foi categórico em relação às tentativas de setores da oposição de deporem Dilma. "Achamos que é um golpe branco, somos totalmente contrários. O trabalhismo já foi vítima de movimentos semelhantes. A presidente não tem nada que a incrimine, nada que possa ser imputado como crime de responsabilidade. Podem haver críticas políticas, que são legítimas. Mas impeachment consideramos um golpe, esperamos que o Brasil não avance para esse rumo. Seria muito ruim para a democracia", argumentou. "Nós seremos contra o impeachment e denunciaremos isso em todos os momentos."
(Foto: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)