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Em entrevista ao Programa do Jô, presidenta falou sobre os ajustes fiscais promovidos pelo governo, o esforço em manter o índice de inflação dentro da meta e comentou a fama de "pavio curto": "Sou uma mulher dura no meio de homens meigos"
Por Redação
A presidenta Dilma Rousseff concedeu uma entrevista ontem (12) ao apresentador Jô Soares, na biblioteca do Palácio da Alvorada, em Brasília. A conversa foi ao ar na madrugada deste sábado e abordou, entre outros assuntos, o ajuste fiscal promovido pelo governo para equilibrar as contas públicas. No mês passado, foi anunciado um corte de quase R$ 70 bilhões no Orçamento da União que atingiu todos os ministérios.
Sobre o tema, a presidenta avaliou ser uma medida necessária para garantir a estabilidade do país. “Mesmo fazendo o ajuste, como o Brasil não passa por uma situação em que ele é estruturalmente doente – pelo contrário –, ele está momentaneamente com problemas e dificuldades. Por isso, é importante fazer logo o ajuste para a gente sair mais rápido da situação. Acontece que nós temos de simultaneamente ao ajuste fazer investimentos em infraestrutura e manter programas sociais para não voltar para trás”, ressaltou.
Dilma se disse ainda “bastante agoniada” com a inflação e afirmou que o governo fará “o possível e o impossível” para manter o índice de inflação dentro da meta. Questionada pelo apresentador se ela era uma pessoa de “pavio curto”, Dilma respondeu que aprendeu a enfrentar as adversidades que aparecem, com base em suas experiências pessoais.
“Eu quero dizer que eu tenho uma imensa capacidade de resistir. Aprendi isso ao longo da minha vida. Me prenderam e eu aprendi. Me botaram na cadeia e eu aprendi a resistir, a ter tranquilidade para você aguentar, sabendo que uma hora passa. Agora, eu acho que sou uma mulher dura no meio de homens meigos. Os homens são meigos e as mulheres, duras. Eu sou dura porque não posso ser uma presidente mole”, destacou.
A presidenta contou também que se sente "triste" com as críticas que recebe, mas disse que aprendeu a conviver com a situação. "É todo dia. Tem horas que exageram um pouco. Pegam pesado. Mas é da atividade pública”, concluiu.
Foto de capa: Reprodução/Rede Globo