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O auditor fiscal que revelou ter arrecadado R$ 2 milhões em fraudes fiscais e utilizado na campanha do tucano apresentou ao MP cópias de notas fiscais que comprovam a compra de materiais para o comitê do então candidato tucano à reeleição
Por Redação
O auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, suspeito de integrar um esquema de fraudes na Receita Estadual do Paraná, afirmou em delação premiada que utilizou R$ 20 mil do dinheiro de corrupção arrecadado para comprar divisórias instaladas no comitê de campanha do governador Beto Richa (PSDB) em 2014.
Ele apresentou ao Ministério Público, na semana passada, cópias das notas fiscais de compras das divisórias que, segundo ele, foram feitas com dinheiro ilícito.
[caption id="attachment_65727" align="aligncenter" width="524"] Divulgação[/caption]
Esses R$ 20 mil que revela ter utilizado na compra de materiais para o comitê representam apenas uma parcela dos R$2 milhões que contou ter desviado para utilizar na campanha do tucano.
O esquema aconteceu, de acordo com o auditor, na Receita de Londrina, cidade do norte do Paraná, e, em troca de propina que se tornava contribuição de campanha via caixa 2, as empresas tinham suas dívidas tributárias reduzidas ou anuladas. O Ministério Público estima que a ação lesou os cofres públicos do Paraná em mais de R$50 milhões nos últimos dez anos.
Souza, que está preso, é investigado pelo esquema de fraude na receita do Paraná junto com outras 62 pessoas através da Operação Publicano.
A assessoria de imprensa de Beto Richa afirmou que os assuntos de campanha são tratados diretamente pelo diretório estadual do partido. O PSDB-PR, por sua vez, disse por meio de nota que "não reconhece a veracidade da alegada despesa".
Foto: Ricardo Almeida/ANPr