Segundo a matéria da Folha, o Tribunal de Contas da União (TCU) identificou acréscimo de ao menos R$ 166 milhões, em valores da época, nos preços dos serviços. Pelo crime, responsabilizou gestores indicados por Imbassahy e também as empresas envolvidas, cujas atividades serão destrinchadas pelo parlamentar na CPI da Petrobras, da qual faz parte.
As obras do metrô foram feitas por um consórcio formado por Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Siemens – as duas primeiras integram o esquema de corrupção que atuou na Petrobras. As investigações indicaram que o grupo formado pelas três empresas pagou uma corporação italiana que havia feito a melhor proposta na licitação para que desistisse do negócio. O repasse, de acordo com a Procuradoria, foi feito por meio de um contrato de cerca de R$ 10 milhões para fornecimento de equipamentos.
Além disso, documentos apreendidos revelam que foi formado um consórcio oculto com outras empreiteiras que também teriam participado da construção do metrô: Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Constran e Alstom. Destas, as três primeiras participaram do "clube" de empreiteiras que cometeu atos ilícitos na estatal. A Constran não aparece diretamete, mas pertence ao grupo UTC – um de seus executivos, Ricardo Pessoa, é acusado de chefiar o esquema. Já a Alstom é uma das responsáveis pelo cartel de trens e metrôs de São Paulo.
A Engevix, outra citada no escândalo da Petrobras, foi contratada como supervisora das obras em Salvador e também é alvo do TCU.
Inaugurado no ano passado após 14 anos de espera, o metrô da capital baiana tem 7,5 km de extensão e demandou mais de R$ 1 bilhão para ser finalizado.
(Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)