A data de compra coincide com o dia de desincompatibilização de Anastasia – que se elegeu senador nas últimas eleições e está sendo investigado pela Operação Lava Jato – e de entrada de seu sucessor, Alberto Pinto Coelho (PP). Os equipamentos, da marca Samsung, modelo Galaxy 3, custaram aos cofres mineiros R$ 2,3 milhões. Apenas para arcar com aluguel do galpão onde as 350 caixas contendo o material estão armazenadas o governo já desembolsou R$ 4.680.
Descobriu-se também que a aquisição dos tablets foi realizada por intermédio da Fundação Renato Azeredo, cujo nome é uma homenagem ao pai do ex-senador Eduardo Azeredo (PSDB) – um dos réus do "mensalão" tucano –, e que foi fundada quando o último era governador de Minas Gerais. Desde então, segundo a matéria, a entidade teria se transformado "em um espécie de faz-tudo nos governo tucanos, contratando pessoal, recebendo recursos, realizando compras etc, o que chamou a atenção do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que abriu várias investigações, com suspeitas de superfaturamento e outras irregularidades."
Nenhum representante da gestão de Anastasia veio a público para esclarecer o motivo pelo qual os tablets ainda não foram entregues, tampouco porque estão encaixotados em uma área particular.
O caso veio à tona por meio meio de uma auditoria encomendada pelo atual governador, Fernando Pimentel (PT). Os resultados da operação, que visa à verificação da real situação do estado, estão reunidos no relatório "Diagnóstico do Estado", que será apresentado ao público na próxima segunda-feira (6) pelo próprio governador.
(Foto: Daniel Messias)