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Presidenta respondeu a críticas de Campos e Aécio, também presentes no evento, e citou como fundamental o fortalecimento da classe média rural, que seria "um ponto de apoio para um país mais estável e próspero"
Por Redação
Em evento realizado na Confederação Nacional da Agricultura, a presidenta da República e candidata à reeleição Dilma Rousseff fez uma defesa de suas ações na área da agropecuária e também respondeu a críticas feitas pelos adversários Eduardo Campos e Aécio Neves, que falaram antes dela.
A petista ressaltou os avanços obtidos em áreas como a de concessão do crédito agrícola, lembrando que, em 2003, quando o ex-presidente Lula assumiu, havia um Plano Safra que destinava R$ 20,5 bilhões para produtores do agronegócio. Hoje, de acordo com ela, esse montante é de R$ 156 bilhões. “Houve um diálogo proveitoso para a CNA, que participa do processo de forma decisiva”, apontou.
Dilma também citou como fundamental para o setor a constituição de uma classe média rural, ressaltando que também aperfeiçoou uma política de concessão de crédito nesse sentido por meio do Pronamp [Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural]. “Uma classe média rural é um ponto de apoio para um país mais estável e próspero”, disse.
A respeito do aprofundamento das relações comerciais com a União Europeia e os Estados Unidos, Dilma disse que a crise econômica fez com que alguns países se tornassem mais isolacionistas, dificultando a concretização de acordos no setor. “Depois de muito esforço chegamos a uma proposta do Mercosul [para negociar um acordo com a União Europeia]. Disse ao José Manuel Durão Barroso [presidente da Comissão Europeia], que apresentaríamos nossa proposta mas que eles também teriam que colocar a deles na mesa, e as coisas começaram a ficar complicadas”, sustentou. “O Brasil comunicou oficialmente: estamos em condições de apresentar nossa proposta comercial dentro dos termos anteriormente acordados.”
Segurança jurídica
Em relação a um dos principais pontos do documento entregue pela CNA aos candidatos, o que os ruralistas definiram como segurança jurídica, que inclui questões como desapropriação e demarcação de terras indígenas, a presidenta pregou normas mais transparentes e a necessidade de se dialogar. “Legislação clara e diálogo permanente foram e serão os instrumentos para superarmos desafios. E a demarcação de terras é um desses desafios”, argumentou.
Em resposta a uma questão feita sobre prazos e possíveis burocracias no licenciamento ambiental, Dilma defendeu que o governo tem “todo interesse” em aplicar a Lei Complementar nº140, que estabelece a responsabilidade pelo licenciamento, controle e fiscalização ambiental entre os entes federativos. “Autorização para corte de vegetação não pode ser vista como questão federal, senão vamos criar uma enorme burocracia”, ponderou.
A defesa agropecuária foi outro tema abordado pela presidenta. “Não é uma questão apenas de processo em que a gente assegure a qualidade dos nossos produtos, é também um instrumento fundamental de política comercial”, afirmou. “Tenho vivido isso de perto, em toda discussão sobre ampliação das exportações do setor agropecuário para a Rússia, a China, isso está na pauta. Assumo o compromisso de melhorar nossa defesa agropecuária, que está aquém das necessidades do nosso país”, prometeu.
Foto: Antônio Cruz/ABr