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Manifestações colocam em xeque o governo estadual e atingem a campanha à reeleição do governador, que tem como linha a eficiência de gestão e planejamento
Por Rodrigo Vianna, do Escrevinhador
Protestos de categorias do serviço público estadual que defendem melhores condições de trabalho e investimentos colocam o governador Geraldo Alckmin na mira das manifestações populares.
Os trabalhadores do metrô de São Paulo fazem uma greve, nesta quinta-feira, que paralisa parcialmente o sistema sobre trilhos na cidade.
A categoria reivindica reajuste salarial de 16,5%, plano de carreira, aumento na PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e auxílio-creche.
A primeira proposta do Metrô foi de reajuste de 5,2%. Com a pressão do sindicato, subiu para 7,8%. Agora, a companhia oferece reajuste de 8,7%, vale-refeição mensal de R$ 669,16 e vale-alimentação mensal de R$ 290.
A greve dos metroviários foi aprovada por unanimidade pela categoria em assembleia, na noite desta quarta-feira, na sede do sindicato, que está sob direção da Conlutas, central sindical ligada ao PSTU.
No final da tarde de hoje, os trabalhadores fazem uma nova reunião para avaliar as negociações e deliberar sobre a continuidade da greve.
Na manhã desta quinta-feira, os trabalhadores da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), representados pelo Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo) fazem uma manifestação em frente às empresas, na zona oeste da cidade, com apoio da CUT e CTB.
Os trabalhadores da Cetesb não aprovaram a proposta da empresa em assembleia e pedem aumento no índice de reajuste salarial, do auxílio-creche, no piso salarial e no vale-refeição.
Nesta quarta-feira, os trabalhadores iniciaram uma greve, que foi suspensa depois que foi agendada nova negociação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), na segunda-feira, no Núcleo de Conciliação.
A manifestação denuncia também a irresponsabilidade do governo estadual e da diretoria da Sabesp que causou a crise da falta de água em São Paulo.
Os sindicatos, centrais e movimentos sociais acusam o governo estadual de privilegiar os acionistas da Sabesp, que têm ações na Bolsa, deixando em segundo plano os investimentos necessários em captação, mananciais e no reservatório da água.
Os professores da rede estadual da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) iniciaram uma campanha de valorização do magistério e projetam a realização de uma greve no próximo período.
Os professores pedem um reajuste de 17,9% para repor as perdas acumuladas desde fevereiro de 1998. O governo do Estado divulgou um aumento em julho de 7%, que já estava previsto nas negociações anteriores e não atende às reivindicações da categoria.
Essas manifestações colocam em xeque o governo estadual e atingem a campanha à reeleição de Geraldo Alckmin, que tem como linha a eficiência de gestão e planejamento, contra dois adversários perigosos, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha e o presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) Paulo Skaf.
(Crédito da foto da capa: Marcelo Camargo/ABr)