Escrito en
POLÍTICA
el
A fundadora da Rede deixa o "sonhático" de lado e opta por um posicionamento burocrático a respeito da ocupação em Pernambuco
Por Redação
Na manhã de ontem (17), o Batalhão de Choque da Polícia Militar de Pernambuco realizou a desocupação do Cais José Estelita, que ficou conhecido como #OcupaEstelita, que desde o 21 de maio realizava acampamento contra a construção de 12 torres no bairro histórico. A ação policial, que foi extremamente violenta, ganhou repercussão nacional e internacional. Ativistas foram feridos e presos e, de acordo com o movimento, uma série de acordos com o poder público foram descumpridos.
Várias lideranças políticas e de movimentos sociais declaram manifestações de apoio ao #OcupeEstelita e de repúdio a ação policial. Quem também se manifestou, foi a candidata à vice na chapa do presidenciável pelo PSB, Eduardo Campos (ex-governador de Pernambuco), Marina Silva. O que poderia ser uma oportunidade para um posicionamento político que puxasse um debate nacional sobre a ocupação do espaço urbano nos tempos atuais, ficou entre o sofrível e o burocrático.
Marina Silva utilizou o seu perfil no Facebook para dizer que os ativistas da Rede participavam desde o início do movimento em torno do Cais José Estelita e que a ação de reintegração de posse foi arbitrária, mas, não deu uma palavra sequer sobre tal ação arbitrária ser uma herança de seu companheiro de chapa, Eduardo Campos.
“Desde o início da ocupação do cais José Estelita, ativistas da Rede vem participando do movimento contra a destinação inadequada da área, realizada pela Prefeitura de Recife em 2008. Sempre defendemos o diálogo que vinha ocorrendo entre os integrantes do movimento, Prefeitura de Recife, governo do Estado e Ministério Público, processo que definiria em comum acordo qual a melhor destinação da área”, comentou Silva.
Em outro momento, Marina Silva afirma que “o pedido de reintegração de posse expedido pela Justiça e executado nesta terça-feira poderia ter seguido o mesmo princípio do diálogo, em vez de terminar com uma desocupação arbitrária. A ação violenta da polícia é inaceitável, desnecessária e está em desacordo com todo o processo que vinha sendo construído nas últimas semanas”, disse.
O tom altamente burocrático do posicionamento de Marina Silva contrasta fortemente com a história política de Marina Silva e não é nada “sonhático”, muito pelo contrário, é a real politik nada sonhática.
Foto: PCdoB