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Em inquérito sobre mensalão tucano, Pimenta da Veiga admite ter recebido R$ 300 mil da SMPB
Por Redação
A Polícia Federal ouviu em Brasília, no fim de março deste ano, o ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga, pré-candidato do PSDB ao governo de Minas Gerais, em inquérito que apura o repasse de recursos da SMPB, agência de publicidade de Marcos Valério Fernandes de Souza, no mensalão tucano. Pimenta admitiu à PF ter recebido R$ 300 mil da empresa por prestação de serviços advocatícios, alegou. Eleito deputado federal em 1998, ele não apresentou comprovantes dos serviços prestados.
O inquérito da PF é um desdobramento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República em 2008 e apura outros repasses da SMPB. Na acusação, o Ministério Público Federal apontou que a campanha à reeleição do então governador de Minas, Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998, foi abastecida por um esquema de arrecadação ilegal de recursos que envolvia a agência de Valério. Pimenta da Veiga não foi denunciado.
Mas o ex-ministro passou à condição de investigado em um novo procedimento instaurado em 2013. Alegando ser vítima de "manobra eleitoreira", Pimenta disse ao jornal O Estado de S. Paulo ser impossível levantar, anos depois, documentos que comprovem os serviços prestados à SMPB. Ele disse que, quando recebeu os R$ 300 mil, estava afastado da vida pública, exercendo apenas a advocacia.
A PF vai encaminhar o relatório para a Procuradoria da República em Minas, que analisará se há provas suficientes para denunciar o pré-candidato do PSDB por lavagem de dinheiro. O depoimento deve-se ao fato de a PF ter rastreado depósitos feitos pela agência de publicidade na conta de Pimenta.
Mensalão tucano
O mensalão tucano veio à tona durante os trabalhos da CPI Mista dos Correios, em 2005. Durante as apurações, foi encontrado um contrato de empréstimo de R$ 152 mil contraído pelo ex-ministro no Banco BMG de Belo Horizonte no qual figuravam como avalistas Marcos Valério e sua ex-mulher Renilda Santiago.
Em 1988, Pimenta disputou a prefeitura de Belo Horizonte, em chapa com o também tucano Eduardo Azeredo - principal investigado no mensalão tucano - como vice. O ex-ministro renunciou para disputar o governo do Estado, cedendo a cadeira de prefeito a Azeredo - que disputava sua primeira eleição.
Azeredo é alvo de ação penal sob acusação de peculato e lavagem de dinheiro. Para escapar de responder à ação no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-governador renunciou ao mandato de deputado federal e o processo migrou para a Justiça de primeira instância, em Minas. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu 22 anos de prisão para o ex-governador.
(Crédito da foto da capa: Alessandro Carvalho/PSDB-MG)