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Para presidente da Câmara, manifestação "é um direito do parlamentar"
Por Karla Alessandra, da Agência Câmara
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, negou que a manifestação do 1º vice-presidente da Casa, deputado Andre Vargas (PT-PR), durante a cerimônia de segunda-feira (3) de abertura dos trabalhos legislativos, represente quebra de decoro parlamentar. Vargas levantou o punho cerrado várias vezes durante a cerimônia, quando estava sentado ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa.
[caption id="attachment_41342" align="alignright" width="420"] O gesto foi reproduzido por simpatizantes do partido nas redes sociais (Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)[/caption]
O gesto de protesto marcou a prisão dos petistas condenados pelo STF no processo do mensalão. Ao se entregarem à Polícia Federal para cumprir a prisão, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-ministro José Dirceu ergueram o punho. O gesto foi reproduzido por simpatizantes do partido nas redes sociais.
O presidente da Câmara disse que, no caso de Vargas, o gesto foi uma decisão pessoal do parlamentar e não deve ser classificado como quebra de decoro. “Tem direito o PSDB [de questionar o gesto], e a Câmara vai examinar, mas eu não vejo com essa dimensão de quebra de decoro”, disse Alves. “Você pode discutir a quebra de oportunidade, de ter sido um gesto de falta de gentileza, de cordialidade. Mas é um direito do parlamentar, não é usual, mas foi um gesto dele que assim se manifestou. Estava de forma emocional, mais do que racional, mas não ao ponto de uma quebra de decoro parlamentar que tenha essa dimensão", declarou.
Representação do PSDB
O PSDB entrou nesta terça-feira com uma representação na Corregedoria da Câmara contra Andre Vargas. Para o partido, a conduta de Vargas representa quebra de decoro parlamentar.
O líder do PSDB, deputado Antonio Imbassahy (BA), afirmou que ficou chocado com a atitude do vice-presidente da Câmara. "Eu acho um desrespeito ao Judiciário brasileiro. Não é razoável, não é concebível, é reprovável que um deputado federal, que é vice-presidente da Câmara, tenha aquele tipo de atitude na sessão inaugural do Congresso Nacional”.
Imbassahy disse que o gesto de Vargas “simboliza com clareza a defesa de criminosos que estão na Papuda”. O líder do PSDB também citou uma troca de mensagens em que Vagas teria admitido “vontade de dar uma cotovelada no ministro do Supremo Tribunal Federal”.
Nota oficial
Por meio de nota oficial, Andre Vargas afirmou que o gesto foi feito para seus colegas em Plenário. A nota tinha em anexo uma fotografia do parlamentar cumprimentando Joaquim Barbosa com um aperto de mãos. Vargas disse ainda que, em relação ao conteúdo das mensagens fotografadas em seu celular, trata-se de flagrante quebra do seu sigilo telefônico.