Ayres Britto e Carlos Velloso cobraram R$ 56 mil e R$ 58 mil, respectivamente, por documentos que atestam a legalidade da desapropriação da área onde foi construída o aeroporto de Cláudio. PT pede que despesa seja considerada irregular pelo TSE
Do Jornal GGN | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
[caption id="attachment_55715" align="alignleft" width="300"] (Foto: GGN)[/caption]O senador Aécio Neves (PSDB) usou dinheiro da campanha à Presidência da República para pagar os serviços de dois ex-ministros do Supremo Tribunal Federal no episódio do aeroporto de Cláudio. Durante a corrida eleitoral, o jornal Folha de S. Paulo revelou que Aécio, quando governador de Minas Gerais (2003-2010), construiu um aeroporto de R$ 14 milhões em um terreno que foi desapropriado de seu tio-avô, Múcio Tolentino, ex-prefeito da cidade de Cláudio.
Os pareceres emitidos pelos escritórios de Ayres de Britto e Carlos Velloso atestaram a legalidade de uma obra pública em um terreno desapropriado pelo Estado, ainda que haja um imbróglio - o parente de Aécio não concordou com o valor pago pelo governo pela área e estendeu a causa à Justiça.
À época, a Folha noticiou que o escritório de Britto cobrou R$ 56 mil pelo serviço. Segundo a prestação de contas da campanha de Aécio declarada ao Tribunal Superior Eleitoral, Velloso, por sua vez, recebeu R$ 58 mil para ajudar o ex-presidenciável tucano a justificar a obra no terreno que pertencia ao tio-avô, feita em uma cidade de cerca de 25 mil habitantes.
O periódico ainda cravou que a disputa em torno da indenização faz com que as chaves do aeroporto construído com verba pública permaneçam com familiares do senador. Além disso, a Anac (Agência Nacional de Aviação) não homologou o equipamento por falta de documentos.
Impugnação das contas
[caption id="attachment_55716" align="alignright" width="300"] (Foto: GGN)[/caption]Nesta segunda-feira (1/12), o jornal O Globo informou que o PT pediu mais tempo ao TSE para analisar as contas de Aécio, pois a digitalização dos documentos foi feita em cima do prazo para que os partidos políticos solicitassem a impugnação das candidaturas com base em erros nos gastos de campanha, se for o caso.
Na impossibilidade de estender o prazo de análise, o partido de Dilma pede que o Tribunal considere a despesa com os serviços dos dois ex-ministros irregular, pois versam sobre uma obra que Aécio entregou em 2010, quando os gastos de campanha do candidato devem se limitar ao período eleitoral.
O PSDB solicitou diretamente a impugnação das contas de Dilma. Os tucanos alegaram, entre outros pontos, que o PT gastou muito mais do que o teto permitido pela Justiça Eleitoral.