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Planilhas apreendidas pela Polícia Federal mostram cálculos feitos pela empresa Queiroz Galvão, relacionando valores recebidos em obras do VLT e doações feitas ao partido tucano durante as eleições
Por Redação
Durante a sétima fase da Operação Lava Jato, que investiga um suposto desvio de recursos da Petrobras, a Polícia Federal apreendeu planilhas na sede da empreiteira Queiroz Galvão, em São Paulo. Os documentos faziam referência entre os valores recebidos pela empresa em obras públicas e as doações feitas a partidos e candidatos.
Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, a obra realizada pelo governo de São Paulo, por meio da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) para a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da Baixada Santista estava especificada nas anotações encontradas pela PF.
Neste caso, os papeis mostravam que foi aplicado um cálculo de "1,5% vezes 66%" no valor da obra, que seria de R$ 117,5 milhões. O resultado aponta a quantia de R$ 1,16 milhão, que a Queiroz Galvão reconheceu ser uma "provisão financeira para o PSDB", partido do governador Geraldo Alckmin. Segundo a conta, dois terços do valor destinado a doações (1,5% do recebido líquido) foi para o PSDB.
Em outra planilha a que a polícia teve acesso, esse exato valor é atribuído ao PSDB Nac. [nacional]. Outros políticos destinatários de possíveis doações aparecem, com iniciais. Conforme explicações da própria empresa, "J.S" é o senador eleito José Serra (PSDB-SP), "P.S" é o candidato do PMDB ao governo Paulo Skaf e "E.A." é o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a empreiteira doou R$ 3,7 milhões ao diretório nacional do PSDB nas últimas eleições.
Conforme as investigações da PF, há ainda valores associados a outras obras, como o Contorno de São Sebastião (CSS) e Consórcio Monotrilho Leste (CEML), realizados pelo governo de São Paulo.
Foto de capa: Reprodução / Facebook