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Analista político entende que vazamentos seletivos de depoimentos da Operação Lava Jato são uma forma de manipular o inquérito de acordo com interesses políticos
Por Rede Brasil Atual
São Paulo – O vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT), fez na segunda-feira (24) pronunciamento no qual cobrou uma intervenção do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, contra os vazamentos seletivos da Operação Lava Jato da Polícia Federal. Para o analista político Paulo Vannuchi, a fala do senador é de grande importância.
Vannuchi ressalta que os vazamentos de depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que está envolvido na chamada delação premiada, para determinados veículos de comunicação, não se destinam necessariamente a atingir corruptos envolvidos no caso. “Tanto é que lá na primeira matéria da Veja, há dois meses, apareciam 20 fotos de líderes políticos mais mencionados na delação premiada. Entre eles Eduardo Campos, altas figuras tucanas, gente do PMDB e havia naquele momento dois nomes do PT: o tesoureiro, João Vaccari, e o deputado Vaccarezza. Isso desapareceu do noticiário."
Segundo ele, a delação premiada é um dispositivo recente da legislação brasileira e é parte do avanço no combate à corrupção. Mas o analista chama a atenção para o risco de um delator poder negociar com autoridades que venham a manipular um inquérito de acordo com seus interesses políticos.
Quando há envolvimento de parlamentares no inquérito, o caso deve ser levado ao Supremo Tribunal Federal. Vanucchi entende que o juiz federal Sérgio Mouro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, faz uma manobra para evitar que sejam mencionados nomes de políticos nos depoimentos e, dessa forma, impede que o processo seja avocado pelo Supremo. Além disso, advogados de defesa não têm acesso à acusação. "Isso é uma violação da Constituição Brasileira".
Foto de capa: Elza Fiúza/ABr