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Poucos dias antes das eleições, o deputado federal Nelson Marchezan Júnior (PSDB/RS) publicou uma notícia antiga sobre uma ação já extinta contra o ex-presidente Lula, que terminou sem provas; muitos seguidores foram induzidos a pensar que era uma denúncia atual e criticaram o petista
Por Redação
Não são poucas as publicações do deputado federal Nelson Marchezan Júnior (PSDB/RS), em seu perfil na rede social Facebook, com ataques ao Partido dos Trabalhadores (PT). Durante a disputa presidencial, em que Dilma Rousseff venceu o candidato tucano Aécio Neves, isso ficou ainda mais evidente.
As postagens vão desde fotos em manifestações até a divulgação da capa da revista Veja, que tentou vincular a imagem da presidenta aos escândalos de corrupção na Petrobras. A reportagem foi alvo de inúmeras críticas do meio jornalístico por falta de provas que dessem embasamento às acusações, além de ter a nítida intenção de desestabilizar a candidatura petista, que já se mostrava à frente nas pesquisas.
No entanto, uma das publicações se mostra mais grave. No dia 20 de outubro, faltando poucos dias para a realização do segundo turno da corrida presidencial, o deputado do PSDB postou uma notícia sobre um pedido do Ministério Público Federal para bloqueio dos bens do ex-presidente Lula. A denúncia seria de que ele teria feito, supostamente, 'propaganda em benefício próprio' ao encaminhar cartas a segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) anunciando novas condições de empréstimos consignados.
O que Marchezan não disse aos seguidores é que a ação já foi encerrada há dois anos, sem comprovação, e não era um fato atual, como muitos foram induzidos a pensar. A mensagem, até o momento, teve mais de 170 mil compartilhamentos e gerou comentários raivosos entre os internautas. Alguns, porém, tentaram explicar a situação. "É só entrar e ver a data. Não foi provado nada contra o Lula", disse uma usuária da rede. "Mais uma mentira dos tucanos", afirmou outro.
Em nota, a assessoria do Instituto Lula lamentou a propagação de boatos como esse na internet e alertou para a responsabilidade do parlamentar ao mostrar dados que não correspondem à realidade. "O deputado deveria ser mais responsável nas suas colocações ao divulgar esse tipo de informação incorreta. Um deputado não deveria levantar mentiras para influenciar o debate político", afirmou.
A assessoria de Nelson Marchezan Júnior foi procurada, mas, até o fechamento desta reportagem, não se posicionou sobre o caso.
Foto de capa: PSDB