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A suspeita é de que Rodrigo De Grandis tenha protegido pessoas ligadas ao PSDB, ao tentar atrasar o processo de investigação que comprovaria corrupção nas licitações do metrô de São Paulo
Por Redação
O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) abriu processo disciplinar contra o procurador da República Rodrigo De Grandis por descumprir o dever legal de sua função ao atrasar o andamento, por quase três anos, de um pedido de investigação da Suíça relativo ao caso Alstom. A empresa francesa estaria envolvida na prática de corrupção, ao supostamente distribuir propina para servidores e políticos do PSDB.
Documentos mostram que integrantes da Secretaria de Energia e de três diretorias da Empresa Paulista de Transmissão de Energia (EPTE) foram subornados para que a companhia conseguisse um contrato de US$ 45,7 milhões com a estatal durante a gestão de Mário Covas (PSDB). A empresa deu detalhes da divisão e do destino do dinheiro pago para ser favorecida nas licitações do metrô em São Paulo. O episódio ficou conhecido como "trensalão tucano".
No caso de Grandis, o despacho do CNMP indica "violação" dos deveres de "cumprir os prazos processuais", "desempenhar com zelo e probidade as suas funções" e "adotar as providências cabíveis em face das irregularidades de que tiver conhecimento ou que ocorrerem nos serviços a seu cargo".
Ao final do caso, ele pode receber a pena de censura, a segunda mais branda na lista de punições para procuradores e promotores. Em resposta à acusação, Rodrigo De Grandis afirmou que o gabinete dele cometeu uma "falha administrativa" que levou as informações relativas à investigação a serem arquivadas em uma pasta errada e, por isso, ficaram paradas durante tanto tempo.
Foto de capa: Ministério Público Federal