OPINIÃO

Viva Francisco! – Por Chico Alencar

Na pesada estrutura do Vaticano, foi sinal de leveza. Profético, alertou sobre o "Alzheimer espiritual" da Cúria Romana

Créditos: Vatican News
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Jorge Mario Bergoglio, argentino que dizia ter vindo dos "confins do mundo", assumiu o nome 'Francesco' quando foi escolhido papa, inspirado em São Francisco, o "pobrezinho", o "sol de Assis". E cumpriu muito bem a missão a que se propôs.

Na pesada estrutura do Vaticano, foi sinal de leveza. Profético, alertou sobre o "Alzheimer espiritual" da Cúria Romana.

Contra as forças do atraso, de uma religiosidade fechada e clerical, difundiu - e praticou! - uma "igreja sinodal e em saída".

Em meio ao obscurantismo, esteve sempre ativo: as encíclicas contra a exploração do ser humano ("Fratelli tutti") e pelo cuidado com a natureza ("Laudato Sì"), expressam bem suas convicções.

No começo do seu pontificado, há 12 anos, o Papa Francisco disse aos jovens, no Rio de Janeiro: "Sejam como Jesus Cristo: revolucionários! Não tenham medo de ir contra a corrente".

Na era da indiferença e do descarte, pregou uma nova sociedade, possível e necessária (sem ganância, discriminações e armamentismo), e o urgente cuidado com a Casa Comum.

Na sua simplicidade e amor aos "condenados da Terra", foi um papa... autenticamente cristão!

Francisco vive em cada um de nós que, enquanto estivermos na caminhada terrena, praticarmos os valores da Justiça, da Partilha, da Solidariedade, do Cuidado com o outro e com a natureza.

Humilde, sempre pediu: "rezem por mim!". Agora somos nós que suplicamos: "vele por nós e por esse maltratado planeta, irmão!".

Os extremistas de direita, reacionários e ultraconservadores, com seus raivosos e tacanhos ataques a Francisco, só o engrandeceram como líder religioso e figura humana extraordinária.

A partida de Francisco é mais que a de um "Sumo Pontífice": é a de um amigo, de um irmão. Sempre buscou construir uma ponte entre religiões, culturas e nações, erguida com a argamassa do AMOR.

Francisco sabia que Deus é Pai e Mãe de ternura e amor. VIVA FRANCISCO!

**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.

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