Nesta terça-feira (11), depois de uma reunião em Jeddah, na Arábia Saudita, EUA e Ucrânia anunciaram que fecharam uma proposta de trégua de 30 dias na guerra com a Rússia.
A história, vendida como uma grande vitória da diplomacia do governo Trump, contudo, conta com uma falha básica do próprio conceito do que é uma trégua.
Ela necessariamente tem que envolver as duas partes beligerantes.
Literalmente esqueceram de combinar com os russos.
A diplomacia do Kremlin foi pragmática e afirmou que aguarda os detalhes da proposta vinda da Ucrânia e dos EUA. Mas ela parece pouco factível no curtíssimo prazo.
"Presumimos que, conforme declarado ontem em Jeddah, o Secretário de Estado dos EUA, Rubio, e o Conselheiro de Segurança Nacional Waltz nos informarão por vários canais nos próximos dias sobre os detalhes das negociações e os entendimentos alcançados", disse Dimitri Peskov, porta-voz de Putin.
s ataques de Kiev a Moscou na última segunda-feira (10), somados à libertação de Sudzha, em Kursk, fazem uma trégua nos termos dados pouco favoráveis para os russos.
Resumidamente: sem discutir a proposta de trégua com os russos, não há como falar em cessar-fogo no curto prazo. Porque, pasmem, para que uma trégua ou cessar-fogo ocorram, as duas partes no conflito precisam dialogar.
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