Há seis décadas teve início uma fase obscura de nossa história que duraria 21 anos. Graças a brasileiros realmente patriotas que acreditaram na democracia e lutaram contra a famigerada ditadura civil-militar, que teve início em 1964 com o golpe contra o governo legalmente instituído do presidente João Goulart, que hoje vivemos a plena democracia, onde até mesmo críticos ao sistema podem viver e expor suas posições.
Vivemos mais de duas décadas de desmandos, ilegalidades, autoritarismo e censura em todos os níveis. Um dos períodos mais sombrios da história recente brasileira. Entre 1964 até 1985 as liberdades foram cerceadas e os direitos cassados. O estado democrático de direito foi abolido em nome de um patriotismo que perseguia os opositores e eliminava as liberdades individuais.
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E quase 40 anos depois de extirparmos essa enfermidade ainda é possível notar as heranças deixadas por esse período da história do Brasil, como a ignorância sobre os efeitos maléficos da ditadura em nossa sociedade, sobretudo no atual cenário político.
Questões que já poderiam ter sido ultrapassadas. Mas ainda permeiam nossa sociedade.
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Precisamos manter a democracia participativa para fortalecer a participação política e a cultura democrática. Temos que ser uma sociedade que valoriza e responsabiliza o cidadão; garanta a igualdade de oportunidades baseada numa educação de qualidade para todos; e saiba criar oportunidades para os cidadãos, de forma a que estes se realizem pessoal e profissionalmente.
De forma alguma podemos abrir mão também de punir e atuar contra qualquer tentativa de golpe como a tentada em 8 janeiro de 2023, quando se buscou reeditar aquele momento de 31 de março de 1964, quando tropas do Exército marcharam contra Brasília para derrubar o governo Jango e implantar um governo de despótico, que mostrou desrespeito absoluto e desprezo pelas vontades ou opiniões da população brasileira, exercendo a autoridade de modo absoluto e arbitrário.
A democracia tem que prevalecer e os direitos individuais mantidos. Isso também se aplica aos golpistas que tentaram depor um governo eleito em 2022 e implantar novo regime ditatorial. E esses direitos envolvem o processo legal e a punição prevista em lei para que nunca mais haja quaisquer intenções de subverter e ordem e eliminar a democracia no Brasil.
*Milton Cavalo é presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos - Sindinapi