Os sanguessu..., quer dizer, os industriais brasileiros estão assanhados com a oportunidade de ganhar dinheiro, muito dinheiro, com a transição energética. É por esse motivo que aqui em Pindorama não se fala de outra coisa.
É biorrefino, gás natural, hidrogênio verde, baixo carbono, querosene sustentável, biometano, etanol celulósico...
Coisas que eles nem sabem o que significam, mas sabem que vão ganhar. O problema é tem alguns obstáculos, como as grandes estatais. Há poucos anos conseguiram tomar refinarias e campos de petróleo derrubando a Presidenta da República. Agora os parceiros do Brasil querem essa mina de ouro da transição, o gás natural, e se depender da imprensa baiana e dos barões do gás, que no fim das contas são a mesma coisa, Raimundo Gavazza, presidente da Bahiagás, será a nova Dilma Rousseff.
Se você encontrar um industrial abraçando um trabalhador, pode escrever: ele quer ser parceiro da transição energética. Ele quer ajudar o país, e acha que a transição tem que ser justa pra ele, justamente o que o povo diz. Assim como os pseudoambientalistas capturaram o conceito de sustentabilidade, a “transição energética justa” tem cumprido outro papel na narrativa empresarial. A justiça para o industrial, nesse caso, é ter o patrocínio do estado. É o mínimo que o estado mínimo pode fazer. Por meio do Programa de Parcerias de Investimentos criado por Temer e hoje nas mãos de Rui Costa é possível, por exemplo, privatizar uma empresa com financiamento público. É como pescar de bomba.
Ninguém quis construir refinaria no Brasil, era mais vantajoso tomar da Petrobras e, pra isso, os interessados trataram de utilizar a imprensa pra destruir a reputação de Sergio Gabrielli, de Graça Foster e da Presidenta Dilma.
Agora é a vez da Petrobras baiana, a Bahiagás, estatal mais importante da Bahia, que no ano passado bateu seu terceiro recorde consecutivo nos lucros, chegando a quase ½ bilhão de reais.
Quem é que não quer uma maquina de ganhar dinheiro como a Bahiagás?
Só o governo da Bahia.
Aí os barões do gás pensam: - hum, se o governo já não quer, falta o que pra gente tomar a Bahiagás?
A primeira coisa que vem na cabeça traquina é: vamos falar mal da gestão da empresa!
O problema é que não dá pra criticar um lucro de R$ 439 milhões. Então, o jeito é usar a imprensa pra falar mal do presidente da Bahiagás e foi o que fizeram.
Nos últimos dias pelo menos três portais de notícias publicaram uma série de matérias de opinião, algumas anônimas, colocando fatos não evidenciados, inclusive da vida privada do presidente da estatal para influir na opinião pública baiana e “pressionar” o governo do estado a mudar os rumos da Bahiagás com um novo presidente mais “privatista”. Criticam o paladar, o partido, a altivez e até o perfil sexual de Gavazza, como fizeram com Dilma, enquanto na página seguinte defendem a transição energética. Deu pra entender?
Como fizeram com Dilma, o golpe agora é contra o rapaz e no fim é tudo uma coisa só: os barões do gás e sua imprensa contumaz, com o discurso voraz do estado incapaz. Porque mais importante do que a Bahia, é o gás...
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.