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Aposentados e idosos no radar das bets - Por Milton Cavalo

Pessoas com mais de 60 anos tiveram gastos mensais de R$ 3 mil, em média, com empresas de apostas online em agosto; como 60% dos aposentados recebem um salário mínimo, cenário exige atenção

Créditos: Bruno Peres/Agência Brasil
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Houve grande comoção com os dados da nota técnica do Banco Central que aponta que 5 milhões de beneficiários do bolsa família enviaram R$ 3 bilhões via Pix para as empresas de apostas, as bets, somente no mês de agosto. Uma situação muito preocupante e que exige ação imediata tanto do governo Lula como do Congresso Nacional. Mas um dado passou quase despercebido. De acordo com o documento, pessoas idosas, acima de 60 anos, tiveram gastos mensais de R$ 3 mil, em média, com essas empresas de apostas.

Ao todo foram aproximadamente dois milhões de idosos tentando uma fezinha. Se levarmos em conta que há cerca de 60% dos aposentados recebendo um salário mínimo, ou R$ 1.412,00, o quadro fica ainda mais trágico.

Por isso, nós do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos – Sindnapi vemos com grande apreensão as discussões em torno da regulação dessas casas de apostas virtuais. Afinal, já não se trata das antigas, e proibidas, casas de bingo. O jogo agora está na palma da mão.

É preciso que a regulação, com restrições mais severas, seja implementada imediatamente. Congresso e governo federal precisam, com urgência, criar uma força-tarefa para buscar formas de conter essa verdadeira epidemia que os jogos está provocando em toda a população, especialmente nos aposentados e idosos de baixa renda, mais vulneráveis às enganosas propagandas com personagens famosos.

Reconhecemos que há certa movimentação nesse sentido, com promessas de endurecimento de regras para propagandas e a proibição de algumas formas de pagamento. Mas ainda não há nada de concreto.

*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fórum.