O mercado e seus porta-vozes estão centralizando artilharia pesada contra o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, só porque o governo petista considera colocá-lo no comando da Vale.
Dar pitaco todo mundo pode, né? Agora, no caso das críticas do mercado a Mantega, o único critério que existe é atacar o ministro e ponto final. Isso não é saudável, na verdade estamos falando de uma medida autoritária para se impor apenas uma visão sobre a economia, mesmo que se atropele o plano de governo eleito pelo povo.
É fácil ver que os ataques ao Mantega são covardes e incoerentes.
Para começar, se o mercado tanto acredita em network é impossível negar o capital poderoso que ele tem: ex-ministro da Fazenda mais longevo, ex-presidente do BNDES, ex-presidente do conselho da Petrobrás e por aí vai. Mantega tem muito mais currículo que Roberto Castelo Branco que o mercado tanto celebrava na Vale, por exemplo.
Além disso, Mantega entregou ao país bons resultados e, principalmente, números bem superiores que seus críticos que tiveram a oportunidade de governar o país por quase oito anos.
Entregou um crescimento real e significativo, o melhor dos últimos tempos e a melhor taxa de emprego da história. Também entregou tanto controle fiscal e quanto inflacionário com números bem superiores aos neoliberais que assumiram o país ainda no segundo mandato da Dilma.
Já os economistas de Chicago e sua versão moderna conhecida por Faria Limer entregaram políticas de arrocho que estrangularam o país e paralisaram o crescimento econômico. O teto de gastos foi um fiasco e sequer funcionou na prática. E a reforma trabalhista tirou o poder de compra dos trabalhadores e desaqueceu a economia.
Esse argumento de que o mercado é soberano e executa o melhor trabalho na área de economia não tem respaldo na realidade, dado o fiasco que foi os governos de direita nos últimos anos.
O mercado criticou muito Guido, mas teve a oportunidade de entrar no seu lugar e fazer melhor. Entrou, prometeu bons resultados, mas entregou uma crise tão forte que sequer conseguiram seguir o trabalho e foram substituídos pela população no voto.
Uma trajetória de baixa eficiência como essa não pode ter moral para apontar o dedo para ninguém. Respeitar os números concretos de Mantega é, no mínimo, respeitar as instituições em que ele trabalhou e o povo que elegeu mais uma vez o governo que ele ajudou a construir.
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.